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COMO
RESOLVEMOS OS NOSSOS PROBLEMAS?
Por
Silvio Farranha Filho – psicanalista
Todos nós temos
diversas formas de resolver problemas. Uma delas é predominante e se se
constitui em nosso padrão, em nossa marca. Este padrão foi adquirido no lar em
que nos desenvolvemos. Alguns tipos de padrões: enfrentado e resolvendo; fugindo;
negando a existência; criando uma parede onde o problema fica do lado de lá; esperando
que o problema se resolva por si só; transferindo responsabilidades; procrastinando,
adiando, “empurrando com a barriga”; se antecipando, preventivo, estilo médico;
apagando incêndios, estilo bombeiro; resolvendo um problema criando outro, etc.
Você, qual o seu padrão
e como afeta as pessoas ao seu redor?
Nos relacionamentos, o
pano de fundo de inúmeros conflitos é justamente a forma como cada um resolve seus
problemas. Na maioria das pessoas este fator está inconsciente ficando visíveis
somente os resultados que levam as pessoas se debatem com brigas, rompimentos,
distanciamentos, etc.
Vejamos a título de
exemplo características de um conflito onde uma pessoa tem o padrão de resolver
problemas enfrentando e resolvendo e a outra tem a forma de resolver problemas
transferindo responsabilidades.
Ao surgir um problema
para a pessoa que se utiliza da transferência, ela se movimenta sutilmente de
forma à outra assumir o problema para si. Não percebendo a manobra, a pessoa
movida pelos pactos de amor, amizade, lealdade, etc., assume, vai e resolve. Os
resultados são obtidos com suas respectivas consequências e surge, então, um
ranço entre elas. Mesmo com o problema resolvido, a que transferiu fica algo
ressentida e a outra, que resolveu, encaixota dentro de si um sentimento de
indignação. Com a prática a relação se torna tensa, cheia de brigas, com um se
queixando de estar sendo “usado”, de que tem que resolver tudo sozinho sem ser
seu o problema e acusa a outra pessoa de incompetente. Já a outra se enraivece,
acusando-a de mandona, autoritária, dona da verdade, que não lhe dá
oportunidade e que não aceita sua forma de resolver.
Como então equacionar o
conflito entre os padrões pessoais diferentes de se resolver problemas?
Penso que a primeira
coisa a ser feita é tomar consciência de que os padrões adquiridos levam tempo
para serem modificados, que os atritos são normais e inevitáveis, que cada padrão se transformará na relação com
o outro. O fogo resolve seus problemas queimando e a água resolve molhando.
A partir daí, devemos
enxergar qual padrão é a nossa marca. Observar cuidadosamente, sem críticas ou
julgamentos, o padrão do outro. Avaliar, com calma, como o padrão de cada um
está afetando a relação. O fogo se queixa que a água o apaga e a água se queixa
que ele a ferve.
Agora a parte mais
trabalhosa é perceber qual o contexto maior envolve as duas partes, agir na
descoberta de como o padrão de um se encaixa no padrão do outro e canalizar
energia para o foco/resultado. O fogo se depara num incêndio, foco: incêndio. A
água está se congelando, foco congelamento. Buscar a ação equilibradora, pois se
a água agir na totalidade não restará nenhuma chama e se o fogo agir na
totalidade ferverá a água que se evaporará.
Um problema exige
solução e as pessoas envolvidas tem cada uma a sua forma particular de
resolver. Na lida os padrões irão se chocar. O melhor a fazer é buscar o
encaixe, a conexão entre os padrões, visando algo maior: o resultado. O diálogo
é o caminho mais eficaz.
No exemplo, o parceiro
que recebe a carga, pode perguntar a si mesmo se o problema é seu e qual sua escolha.
Se assumir como seu e desejar resolver, vá em frente, sem problemas. Não sendo
seu problema e sua escolha for não, é possível dizer isso com tranquilidade
para si e depois para o parceiro. Agora é a hora da negociação apresentando que
da forma como for resolver acarretará em tais e quais consequências e da
necessidade dos dois estarem juntos nos desdobramentos.
Curiosamente, nesta
resolução, ocorre a transferência de padrões: diante da recusa do que recebeu a
transferência, resolveu justamente transferindo e outro que tentou transferir, tem
agora o problema em suas mãos e deve atuar e resolver. Percebem?
Aí está o
aprendizado, cada um descobre em si a forma como o outro resolve, o alvo de crítica,
integrando ao seu padrão o estilo do outro. Não é preciso combater os estilos,
busquemos as conexões.
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