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O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Como Resolvemos os Nossos Problemas?

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COMO RESOLVEMOS OS NOSSOS PROBLEMAS?
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

Todos nós temos diversas formas de resolver problemas. Uma delas é predominante e se se constitui em nosso padrão, em nossa marca. Este padrão foi adquirido no lar em que nos desenvolvemos. Alguns tipos de padrões: enfrentado e resolvendo; fugindo; negando a existência; criando uma parede onde o problema fica do lado de lá; esperando que o problema se resolva por si só; transferindo responsabilidades; procrastinando, adiando, “empurrando com a barriga”; se antecipando, preventivo, estilo médico; apagando incêndios, estilo bombeiro; resolvendo um problema criando outro, etc.
Você, qual o seu padrão e como afeta as pessoas ao seu redor?
Nos relacionamentos, o pano de fundo de inúmeros conflitos é justamente a forma como cada um resolve seus problemas. Na maioria das pessoas este fator está inconsciente ficando visíveis somente os resultados que levam as pessoas se debatem com brigas, rompimentos, distanciamentos, etc.
Vejamos a título de exemplo características de um conflito onde uma pessoa tem o padrão de resolver problemas enfrentando e resolvendo e a outra tem a forma de resolver problemas transferindo responsabilidades.
Ao surgir um problema para a pessoa que se utiliza da transferência, ela se movimenta sutilmente de forma à outra assumir o problema para si. Não percebendo a manobra, a pessoa movida pelos pactos de amor, amizade, lealdade, etc., assume, vai e resolve. Os resultados são obtidos com suas respectivas consequências e surge, então, um ranço entre elas. Mesmo com o problema resolvido, a que transferiu fica algo ressentida e a outra, que resolveu, encaixota dentro de si um sentimento de indignação. Com a prática a relação se torna tensa, cheia de brigas, com um se queixando de estar sendo “usado”, de que tem que resolver tudo sozinho sem ser seu o problema e acusa a outra pessoa de incompetente. Já a outra se enraivece, acusando-a de mandona, autoritária, dona da verdade, que não lhe dá oportunidade e que não aceita sua forma de resolver.
Como então equacionar o conflito entre os padrões pessoais diferentes de se resolver problemas?
Penso que a primeira coisa a ser feita é tomar consciência de que os padrões adquiridos levam tempo para serem modificados, que os atritos são normais e inevitáveis,  que cada padrão se transformará na relação com o outro. O fogo resolve seus problemas queimando e a água resolve molhando.
A partir daí, devemos enxergar qual padrão é a nossa marca. Observar cuidadosamente, sem críticas ou julgamentos, o padrão do outro. Avaliar, com calma, como o padrão de cada um está afetando a relação. O fogo se queixa que a água o apaga e a água se queixa que ele a ferve.
Agora a parte mais trabalhosa é perceber qual o contexto maior envolve as duas partes, agir na descoberta de como o padrão de um se encaixa no padrão do outro e canalizar energia para o foco/resultado. O fogo se depara num incêndio, foco: incêndio. A água está se congelando, foco congelamento. Buscar a ação equilibradora, pois se a água agir na totalidade não restará nenhuma chama e se o fogo agir na totalidade ferverá a água que se evaporará.
Um problema exige solução e as pessoas envolvidas tem cada uma a sua forma particular de resolver. Na lida os padrões irão se chocar. O melhor a fazer é buscar o encaixe, a conexão entre os padrões, visando algo maior: o resultado. O diálogo é o caminho mais eficaz.
No exemplo, o parceiro que recebe a carga, pode perguntar a si mesmo se o problema é seu e qual sua escolha. Se assumir como seu e desejar resolver, vá em frente, sem problemas. Não sendo seu problema e sua escolha for não, é possível dizer isso com tranquilidade para si e depois para o parceiro. Agora é a hora da negociação apresentando que da forma como for resolver acarretará em tais e quais consequências e da necessidade dos dois estarem juntos nos desdobramentos.
Curiosamente, nesta resolução, ocorre a transferência de padrões: diante da recusa do que recebeu a transferência, resolveu justamente transferindo e outro que tentou transferir, tem agora o problema em suas mãos e deve atuar e resolver. Percebem?
Aí está o aprendizado, cada um descobre em si a forma como o outro resolve, o alvo de crítica, integrando ao seu padrão o estilo do outro. Não é preciso combater os estilos, busquemos as conexões.

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