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EM BUSCA DO AMOR MATERNO!
Por
Silvio Farranha Filho – psicanalista
Palestra
realizada no Spaço Natureza & Terapias em 24/11/2018 -1º. Evento do Ciclo
de Palestras “ Mãe – Polaridade Feminina – Aspectos Femininos da Personalidade
As Neuroses - A realidade central do bebê (1)
Nós somos criaturas com
necessidades. Nascemos necessitando e morremos depois de uma vida de lutas, sem
termos realizado nossos anseios.
Essas necessidades não
são excessivas: é preciso que sejamos alimentados, acalentados, e estimulados,
que nos mantenhamos protegidos para que possamos nos desenvolver em compasso próprio.
O processo neurótico
começa quando tais necessidades não são atendidas durante certo tempo.
Um recém-nascido não
sabe que deve ser acalentado quando chora, ou que não deve ser desmamado antes
do tempo, mas quando suas necessidades não são atendidas, ele sofre.
A princípio o bebê fará
tudo que lhe for possível para ver suas necessidades atendidas.
Ele levantará os braços
para ser acalentado, chorará quando tiver fome, esperneará e se contorcerá a
fim de chamar atenção sobre si.
Se suas necessidades não
forem atendidas durante algum tempo, se não for acalentado, se não lhe mudarem
as fraldas e não o alimentarem, ele sofrerá até que seus pais o atendam ou até
que ele mesmo suprima sua dor, suprimindo sua necessidade.
Se sua dor for bastante
forte, ele poderá morrer.
Como o bebê não pode ,
sozinho, vencer sua sensação de fome(isto é, ele não pode dispor da geladeira)
ou encontrar uma afeição substituta, ele terá que separar suas sensações (fome,
desejo de acalento) da consciência delas.
Esta separação de si
mesmo e de suas necessidades e sentimentos é uma manobra instintiva a fim de
isolar a dor excessiva.
Nós chamamos esta forma
de procedimento de “split” ou “cisão”. O organismo faz o split a fim de
proteger sua continuidade.
Mas isso não quer dizer
que desaparecem as necessidades que não forem atendidas. Ao contrário, elas
continuam a se fazer sentir através de toda a vida, exercendo uma força,
canalizando interesses, e produzindo motivações para satisfazê-las.
Mas em virtude da dor
que ocasionam, as necessidades foram suprimidas no inconsciente, e o indivíduo
tem que procurar satisfações substitutas.
Deve, então, satisfazer
suas necessidades de um modo “simbólico”.
Por não ter podido
exprimir-se, ele poderá ser compelido a procurar, mais tarde em sua vida,
outras pessoas que o compreendam e o ouçam.
Não são somente as
necessidades não atendidas que persistem até atingirem um grau de
intolerabilidade dissociada da consciência, mas também suas sensações são
transportadas para áreas onde possam obter maior alívio ou controle.
Sendo assim, certas
sensações podem ser aliviadas pela urina(mais tarde pelo sexo) ou controladas
pela supressão da respiração profunda.
A criança não atendida
está aprendendo a disfarçar e transformar suas necessidades em atos simbólicos.
Ao chegar à idade
adulta poderá não sentir a necessidade de sugar o seio da mãe, por ter sido
desmamado prematuramente, mas poderá se tornar um fumante inveterado.
Sua necessidade de
fumar é uma necessidade simbólica, e a essência das neuroses é a busca de
satisfações simbólicas.
A neurose é o
comportamento simbólico defendendo o indivíduo da excessiva dor psicobiológica.
A neurose perpetua-se
automaticamente pois a satisfação simbólica não pode satisfazer às necessidades
reais.
Para que as verdadeiras
necessidades sejam satisfeitas, é preciso que sejam sentidas e experimentadas.
Infelizmente a dor fez com essas necessidades fossem sepultadas.
Quando isso acontece, o
organismo estabelece um estado continuo de alerta. Esse estado de alerta é a
tensão.
Ela impele o bebê e
mais tarde o adulto, em direção à satisfação das necessidades de maneira que
for possível.
Esse estado de alerta e
emergência é necessário para garantir a sobrevivência da criança.
Ela pode até morrer se
tiver que abdicar à esperança de ver suas necessidades atendidas.
O organismo continua a
viver custe o que custar, e esse preço é geralmente a neurose que encobre os
sentimentos e as necessidades físicas que não foram atendidas, já que a dor é
grande demais para ser suportada.
Tudo o que é natural é
realmente necessário. Por exemplo, crescer e se desenvolver em um compasso
próprio.
Uma criança não deve
ser desmamada prematuramente, não deve ser obrigada a andar ou a falar antes do
tempo, não deve ser forçada a jogar bola antes que seu aparelho neurológico
possa realizar tal ato de modo natural.
As necessidades
neuróticas não são necessidades naturais, pois se desenvolvem devido ao não
atendimento de necessidades reais.
Nós não nascemos
necessitando ouvir elogios, porém se os esforços de uma criança são sempre
ridicularizados desde a mais tenra idade, quando ela começa a entender que por
mais que faça, nunca consegue obter a aprovação e o amor de seus pais, isso
pode então resultar num anseio de elogios.
Paralelamente, a
necessidade da criança para se exprimir pode ser suprimida até mesmo pela falta
de alguém que a ouça. Tal rejeição pode fazer com que a criança fale
incessantemente.
Uma criança que não é
amada sofre por não ser atendida.
Uma criança amada é
aquela cujas necessidades naturais são sempre atendidas. O amor elimina a dor.
Não necessita ser elogiada pois não foi ridicularizada.
Ela é apreciada pelo
que é, não pelo que possa fazer para satisfazer às necessidades de seus pais.
Não se transforma em um adulto com um desejo sexual insaciável. Ela já foi
acalentada e acariciada por seus pais e não necessita usar o sexo para
satisfazer essa necessidade primitiva.
As necessidades
verdadeiras surgem de dentro para fora, e não ao contrário. A necessidade da
criança em ser acalentada e acariciada faz parte da necessidade de ser
estimulada.
A pele é o nosso mais
vasto órgão sensorial e requer tanto estímulo como qualquer outro órgão
sensorial.
O estímulo insuficiente
nos primeiros tempos de vida pode produzir consequências desastrosas. Os
sistemas orgânicos podem se atrofiar se não são estimulados.
As necessidades não
satisfeitas anulam qualquer outra atividade do homem, até serem atendidas.
Quando as necessidades
são satisfeitas, a criança pode sentir. Ela percebe o seu corpo e o ambiente em
que vive.
Quando as necessidades
não são atendidas, a criança sente apenas tensão, que é o sentimento desligado
da consciência. Sem essa ligação necessária o neurótico não sente.
A criança fecha-se por
etapas. Cada repressão e negação de uma necessidade faz com que a criança se
feche um pouco mais.
Acontece, então, um
momento em que ocorre uma mudança crítica na qual a criança se desliga, na qual
ela é mais falsa do que verdadeira, e ao atingir esse ponto crítico nós podemos
considera-la neurótica.
Daí em diante ela
operará em um sistema de personalidade dupla.
O verdadeiro eu são as
necessidades e os sentimentos do organismo. O falso eu é o disfarce desses
sentimentos e vai se transformar na fachada que é necessária aos pacientes
neuróticos a fim de conseguirem satisfazer suas próprias necessidades.
Pais que se sintam
inseguros por terem sido constantemente humilhados por seus pais podem exigir
dos filhos um respeito e uma submissão total.
Um pai imaturo pode
exigir que o filho cresça rapidamente, a fim de poder fazer o seu trabalho, e a
criança torna-se, então, adulta, muito antes de estar pronta para tal, para que
o pai continue a ser cuidado como criança. O que a criança não pode fazer é ser
ela mesma.
Mãe:
fonte das gratificações emocionais
É a primeira mulher com
quem temos contato na vida.
Através dela nos
relacionamos no mundo através da polaridade feminina.
Ela dá a carga para as
seguintes áreas da nossa vida: maternidade/paternidade, espiritualidade,
relacionamentos afetivos e carreira.
A relação da mãe com
seu bebê é de dar incondicionalmente e a relação do bebê com sua mãe é de
receber, sem dar nada em troca, assim, o bebê não tem consciência de si, mas,
reconhece a mãe dentre outras pessoas. O outro é preponderante!
Promove através do seu
corpo, seio e leite materno proteção, cuidados e prazer e o bebê se apaixona
por quem lhe dá o seio.
Esta relação do bebê
com sua mãe pode ser perturbada diante de fatos como: gravidez indesejada,
luto, separações conjugais, chegada de irmãos, etc.
A
Trajetória – a busca por satisfações substitutas
A
trajetória: Origem
O ser se manifesta aos
genitores na semana em que vai ocorrer a relação sexual que será dada como
gravidez.
Assim, já está presente
e conhece os seus genitores, suas realidades emocionais, a forma como vivem, e
quem é quem na relação.
A percepção ocorre
através do seu lado intuitivo e as imagens gravadas são distorcidas.
A
trajetória: A Vida Intra-Uterina
O início da jornada.
O ser já traz consigo sua bagagem espiritual: bênçãos,
maldições e crenças de seus antepassados, herança pessoal de suas vidas
passadas, seu destino: propósitos e desafios para esta existência.
A conexão do ser com
seus genitores se dá através da Lei do Semelhante que Atrai Semelhante.
Na gestação ficam
gravadas no subconsciente do bebê as emoções da mãe, porque emoções são
substâncias químicas produzidas pela glândula hipotálamo, que circulam pela
corrente sanguínea dos dois.
Raiva, medo,
agressividade, ciúmes mágoas, traumas ou alegria, paz e amor circulam pelo
sangue do feto, até que ele adquira as mesmas condutas (pela transferência
sanguínea da memória das células da mãe), tanto na barriga quanto na infância.”(1)
A
Trajetória: O Nascimento
Todas as ocorrências por ocasião do nascimento do bebê serão gravadas
em seu subconsciente e irão se manifestar na vida da pessoa!
Ex. se por ocasião do nascimento, o genitor tem presença marcante, este
bebê na vida adulta terá sempre um homem a lhe ajudar quando estiver em situações
importantes.
Se o genitor não tem uma presença marcante, este bebê se queixará que
sempre em que está em situações
decisivas não há um homem para lhe ajudar.
O
Complexo de Édipo: a importância dos sete primeiros anos na vida de uma pessoa.
A
Trajetória: O Complexo de Édipo
Época do
desenvolvimento, desde o feto até o fim da infância, no sentido psíquico.
Riscos, as
consequências e os benefícios das fases de desenvolvimento das crianças de 0 a
14 anos.
Atendimento das
necessidades psicológicas, físicas e espirituais.
Período mais vulnerável
do ser.
Fases: oral, anal, fálica
edipiana, latência, liderança, genital.
A
Trajetória: Fase Oral – de 0 a 2 anos(2)
É
a fase da mamada.
Os primeiros órgãos
pelos quais a criança sente prazer, conforto e satisfação são a boca e a
língua.
Estes são ligados ao
sistema nervoso central onde suas células registram as impressões sensoriais e
psicológicas dessa fase.
Há uma
hipersensibilidade na percepção da criança nessa época e tudo o que acontece ao
seu redor e o tipo de relacionamento com sua mãe é gravado em seu
subconsciente, inclusive o que sua mãe pensa ou sente mesmo em segredo.
Exemplos negativos de
mães durante a fase oral (2)
Ansiosa, magoada,
possessiva, gênio forte, submissa, anulada, atribulada, mau relacionamento com
o pai da criança, mãe que morreu cedo, distraída, vulgar, nervosa, fofoqueira,
briguenta, orgulhosa, carente, autoritária, arrependida de ser mãe.
Exemplos de condutas
negativas geradas na fase oral mal resolvida (para a infância e para a vida
adulta)
Pessoa que não tem
“papas na língua”: fala mal dos outros, grita e solta palavrões, reclusa,
calada ou tímida, cleptomania (impulso mórbido para o furto) e mania de levar
para casa souvenires de festas, agressiva, tendência a morder tudo, inclusive
pessoas, compulsão alimentar, bulimia, chupa dedos ou objetos, fala alto
demais, fala baixo demais, alcoolismo, todos os vícios pela boca: cigarros,
cachimbos, charutos, maconha, doces, fetiche por sexo oral, necessidade de
falar sem parar, morde os lábios, fala mal de tudo e dos outros, resmunga
demais, chantagista emocional, fofoqueira, briguenta, invejosa, insegura,
indecisa.
A
Trajetória: Fase Anal – de 2 a 3 ou 4 anos(2)
É a fase em que a
criança está sendo ensinada a controlar as fezes e a urina.
Formação do esfíncter
anal.
Nesta fase a aceitação
do nosso primeiro produto, o cocô, é de fundamental importância para nossa
segurança pessoal e para a imagem que temos de nós mesmos.
Se por ventura os pais
menosprezarem, humilharem, repreenderem, zombarem da sujeira que a criança faz
com seu cocô, estarão decretando para seu filho uma personalidade possessiva,
controladora, de baixa autoestima, extremista e egoísta.
Exemplos de condutas
negativas após a Fase Anal mal resolvida
Avareza, mania de limpeza,
TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), colecionar coisa inúteis, juntar objetos
que raramente usa ou nunca usa, acumular coisas em gavetas, armários,
guarda-roupas, em caixinhas, complexo de superioridade como autoafirmação,
complexo de inferioridade por não se sentir importante, perfeccionista, impor
regras rígidas à família, no trabalho e o lazer, comportamento de
sargento(autoritário), apego exagerado a pessoas ou a suas coisas, rígido em
suas opiniões, autocobrança constante, não gostar de mudanças em geral, não
gostar de dormir na casa dos outros, ficar enfezado com facilidade, ter nojo de
quase tudo, menosprezar-se diante das pessoas para testar o seu valor, achar-se
sujo o tempo todo, sentir necessidade de tomar vários banhos no mesmo dia, problemas
com as hemorroidas, somatizar doenças nos intestinos ou na bexiga, sentir
adoração por perfumes fortes ou rejeitar qualquer perfume, viver na sujeira,
possuir a conduta de quem nega o fluir das energias da vida e da natureza.
A
Trajetória: Fase Fálica Edipiana – de 3 a 7 anos(2)
A palavra fálica
significa (falo = pênis)
Nessa fase começa a
desenvolver-se o interesse instintivo na sexualidade.
Chama-se fálica, pois o
pênis é o principal objeto de interesse para a criança de ambos os sexos.
É a fase da organização
libidinal infantil. O Complexo de Édipo começa nesta idade.
Manifestações sexuais
ou maliciosas das crianças: brincadeiras de médico ou de marido e mulher, se
tocando ou tocando os órgãos sexuais de outras crianças.
Todos os casos de distúrbios
sexuais – frigidez, ejaculação precoce, medo ou obsessão por sexo, estupro,
prostituição, homossexualismo afetado, doenças genitais e nos órgãos
reprodutores, problemas de alergias, enxaquecas e até complexo de inferioridade
ou superioridade sexual -, vem da fase fálica.
Os pais devem ser
cautelosos e atenciosos, equilibrados, sem falso puritanismo.
Exemplos de condutas
negativas após a Fase Fálica mal resolvida.
Perversões, Masoquismo,
Sadismo, Exibicionismo, Voyerismo, Fetiche, Homossexualidade (Segundo Freud, a
perversidade ocorre com os homossexuais psicológicos e não com os biológicos.
Você
se sente assim?
Você sente um vazio
interior, a sensação de que falta algo?
Uma necessidade
imperiosa por aprovação?
Perda da identidade
pessoal?
Está em conflito com a
autoridade de seus genitores?
Então você está sem
conexão com a mãe!
Mal resolvido(a) com os
aspectos femininos de sua personalidade. Problemas com o feminino.
Está buscando o amor
materno que lhe faltou na infância!
A
Terapia Lux
Terapia breve realizada
em 4 meses.
Abordando
Os Comandos Paternos
(Sai! Vou te bater! Não chore!)
O ritual da maioridade,
a saída do mundo emocional dos pais
Resultados
A pessoa:
Reconstrói a sua identidade pessoal;
Dá a si mesma
um novo significado do lar de origem;
Alcança a maturidade emocional, a serenidade e
a autoestima para a vida atual;
Restaura
o amor em relação aos
pais e o amor a si mesmas;
Sentem-se
mais amorosas e aprimoram suas relações pessoais e afetivas.
Bibliografia
(1) O
Grito Primal – Arthur Janov, Ph.d
(2) Linguagem
do Corpo 2 – Cristina Cairo
(3) Só
Para Homens – Irineu Deliberalli
Facilitador
SILVIO
FARRANHA FILHO
63 anos, psicanalista
desde 2001, abordagem junguiana
Metodologia: projeção
de sombra.
Atendimentos
a adultos e adolescentes a partir de 14 anos, casais e familiar.
Spaço
Natureza e Terapias – Rua Moacir Miguel da Silva,392 – Jd. Bonfiglioli – tel
(11)3735-0361
Email: farranha@uol.com.br
Blog:https://silviofarranhafilho.blogspot.com.br
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