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Um dos caminhos
para o autoconhecimento é pela vida afetiva. Fazer a escolha em se conhecer
melhor através de um relação amorosa. Quando uma pessoa entra na nossa vida, é
chegada a hora de nos conhecermos melhor através das características que a
outra pessoa é portadora.
Expressamos na
vida afetiva convicções, conceitos, valores, opiniões, crenças e paradigmas
sobre o que é o Amor, trazidas do nosso clã e dos antepassados. Casamento é
sorte; encontrar a pessoa certa; viver em harmonia é não ter brigas; discutir a
relação; dar um tempo; separação; se não der certo separa.
A nossa
vida afetiva é uma manifestação da nossa identidade afetiva que é o conjunto
das verdades sobre quem somos e o que queremos em termos do Amor. O que
acreditamos sobre o Amor determina a vida afetiva que temos e não a vida que
desejamos. Ex.: Reclamamos falta de companheirismo na relação, isto significa
que não sabemos ser companheiros, não acreditamos na companhia, estamos
ausentes da nossa própria companhia. Tudo isto são reflexos da nossa verdadeira
crença: acreditamos piamente na solidão e não
na companhia. Solidão é ausência da nossa presença na
nossa vida, onde o amor por nós próprios não é capaz de nos tornarmos felizes,
assim, achar que o outro não é companheiro é estar diante do quanto não somos
companheiros de nós próprios e transferimos para ele a responsabilidade de nos
fazer companhia. Erradicar a crença na solidão abre portas para a presença do
companheirismo, pois quem acredita em sua própria companhia jamais terá tal
tipo de reclamação.
Se a vida
afetiva dói demais, buscamos ajuda no set terapêutico, mas nem sempre
encontramos o que fomos procurar. Isso mostra, mais uma vez o problema da
crença. Para sermos bem sucedidos com terapias é preciso acreditar que o
autoconhecimento é capaz de mudar as nossas vidas. Acreditar que se tivermos
informações a nosso respeito podemos com elas mudarmos nossa vida para melhor.
Quanto mais eu souber sobre mim consigo mudar o meu tipo de vida. Porque é isso
que o set terapêutico faz: fornecer informações a nosso respeito, nada mais.
As
informações que descobrimos sobre nós influenciam as nossas escolhas. As
escolhas determinam as decisões. As decisões levam às atitudes. As atitudes
determinam os resultados. Os resultados trazem a compensação emocional:
realização ou frustração. A compensação emocional obriga a extrair lições das
experiências. As lições se constituem no aprendizado. O aprendizado são as
informações a nosso respeito sobre como fazemos as nossas escolhas. Voltamos,
por fim, ao ponto para fazer novas escolhas.
A Projeção
de Sombra, criada por Carl Gustav Jung, é o método de se adquirir informações a
nosso respeito através da observação cuidadosa dos nossos sentimentos refletidos em pessoas e
acontecimentos. O que estamos vendo fora de nós é um reflexo do que está dentro
de nós. O processo exige uma decisão: continuar se enganando ou encarar de frente a sua própria Verdade. Consiste
em captar informações sobre si, usá-las no exame honesto de sentimentos e
rever/mudar as crenças.
Esta é a
forma como o processo funciona: O emocional de um parceiro se mistura ao
emocional do outro. Se um está depressivo, de quem é o sintoma? O que está em
um também está no outro. O que um curar em si, o outro se cura também; As
qualidades positivas que apreciamos no parceiro é um reflexo das nossas
necessidades emocionais. Tudo aquilo que nos falta. É nossa a obrigação em
atender às nossas necessidades e não o outro. Estamos com ele para a aprender a
fazer isso; As qualidades negativas que detestamos no parceiro são reflexos dos
conteúdos mal resolvidos dentro de nós. Cabe-nos a obrigação de corrigir em nós
o que vemos de errado e não no parceiro ou querer que ele corrija; Refletimos
nos parceiros os conflitos que temos com o nosso pai e figuras masculinas e na
parceira os conflitos que temos com a mãe e figuras femininas. Então, diante de
um conflito: quem sou eu? O que quero?; A relação trás à tona tudo que está
recalcado e reprimido no inconsciente refletidos nas atitudes do parceiro. O
outro é um espelho, pois reflete o que está
invisível para nós, uma fonte inesgotável de informações.
Melhoramos
a qualidade da relação porque alcançamos uma compreensão mais profunda sobre o
Amor. Quebra-se paradigmas do clã e deixa-se um novo legado às futuras
gerações. A relação permite que sejamos quem somos, que façamos o que deve ser
feito e tenhamos o que desejamos. Abandonamos a crítica, o julgamento, a
cobrança e a famosa DR (discutir relação) porque vamos buscar as soluções
sempre dentro de nós e assim, uma relação só termina, sem nenhum prejuízo a
ambos, quando os parceiros concluem juntos que não há mais nada a se aprender
um com o outro.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista
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