Eu

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O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

VOZ DE COMANDO DOS PAIS!

bronca de mãe - sutian44.blogspot.com

O lar da infância é a base do aprendizado sobre relacionamentos e o profissional. A criança absorve o clima emocional e a situação do lar. Um dos genitores a influenciará fortemente, mesmo sem ter consciência disso, seja na condição de pai/mãe presente ou passivo.

O processo de educação da criança se dá através da relação dela com a autoridade dos pais, onde a criança tem a sua primeira idéia de poder e o seu sistema de valores. Através desta relação a criança vai construir o seu padrão de comportamento, semelhante ao da figura influente, e toda a sua vida, decisão e valores, será afetada por este padrão, sendo transportado para a escola, igreja e mais tarde empresa e relacionamentos.

Como a criança faz isso? Ao observar, olhar, ver mesmo, atentamente os pais, ela cria seus diálogos internos. A partir das observações e dos diálogos internos ela faz elaborações pessoais, pensamentos e sentimentos a cerca do que vê. Estas elaborações dão origens às crenças pessoais, ou sua verdade interna. Esta verdade interna gera suas experiências, vivências, acontecimentos, atitudes, etc. Um exemplo disso é: o pai diz ao filho que ele deve estudar, o filho ao observar atentamente o comportamento do pai em relação ao estudo, diz para si mesmo, ele cobra de mim que devo estudar, quem quer mesmo estudar é ele, pois não o vejo pegar em nenhum livro. Aí, então, o filho tomará uma decisão a respeito do conselho do pai.

Até os seis anos de idade, a criança está junto da mãe ou figura feminina, vivendo a polaridade feminina, cuja carga é dada para o amor, relacionamentos, espiritualidade e maternidade. Dos sete aos quatorze, está mais próxima do pai ou figura masculina, cuja carga capacita para o profissional e o dinheiro. A partir dos quinze, a estrutura emocional, psicológica está formada, e somente poderá melhorá-la por meio de uma tomada de consciência sobre si própria, via processos terapêuticos, com ajuda profissional. Uma relação conflituosa com a mãe, a criança tende apresentar dificuldades em lidar com o seu feminino e espiritualidade. Com o pai corre o risco de viver sem identidade profissional e/ou com muitos conflitos financeiros.

A educação que os pais imprimem à criança é feita pelos comandos imperativos, pois o cérebro reage à ordem. Alguns deles: Não pode! Some! Não! Sai! Incapaz! Vou te bater! Não chore! Você não presta!  Você é o culpado! Cala a boca! Obedeça! Seja bonzinho! Seja o primeiro! Seja responsável! Incompetente! Não vai dar certo!

Através destas ordens, os pais transmitem aos filhos seus valores pessoais, culturais, éticos, religiosos, também medos e tudo que está reprimido, recalcado, negado em seu interior, e a criança tendo o medo natural de perder o amor dos pais e necessitar sempre por aprovação, vai moldando o seu padrão de comportamento, elaborando suas convicções, negando muito de si mesma.

Devemos lembrar que os comandos são todos necessários pois eles estabelecem os limites para a criança, sabe-se que estes comandos não necessariamente formarão um adulto problemático, mas se ele tiver problemas quando adulto, os comandos ditados influenciaram, visto porque, não é o comando ditado, mas a carga emocional que vem acompanhada dele, em muitos casos são: raiva, ressentimento, frustração, mágoa, desprezo, indiferença, desejo de vingança, etc.

Os pais ao expressar claramente suas emoções influenciarão a criança a lidar bem com o mundo dos seus sentimentos, porém ocultando ou negando, farão com a ela tenha muita dificuldade em lidar com o seu emocional.

O aprendizado se dá pela observação atenta das expressões faciais, gestos, tom de voz, dos genitores, direta ou indiretamente, associados ao prazer ou à raiva. O comando dado diante de um desejo manifestado pela criança aborta a vivência do desejo ou anseio, gerando raiva e frustração. Estes sentimentos são transferidos ao inconsciente e perturbam a vida da criança. Na fase adulta transformam-se em conflitos exigindo tratamento.

Exemplo o comando “Não pode!”. A criança ao ouvir de forma constante esta frase contra os seus desejos, cresce pensado que nada pode fazer por livre vontade, reprime ou recalca para a sua sombra a iniciativa, a curiosidade e a espontaneidade. Por mais que deseje ser bem sucedida nos relacionamentos e no profissional, no fundo, ela deseja exatamente é a liberdade de ser criativa e espontânea, ou seja, experimentar as qualidades transferidas à sombra.

Assim, reflita sobre a sua relação com seus pais e questione-se honestamente: você lida bem com o amor, maternidade, espiritualidade e relacionamentos? Como você lida com o profissional, com o dinheiro? Quem você é o que deseja de fato? Quais são as suas necessidades erótico-emocionais? Seus desejos são compatíveis com suas necessidades?
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista



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CRIANÇA INTERIOR!

criança interior - elvian - 1diadecadax.wordpress.com

Enquanto a criança cresce, o lado de sua personalidade na esfera emocional também se desenvolve.

Na casa dos pais, a criança não sabe quanto custa a luz que utiliza, o preço das roupas que veste. Ela não sabe que mágica é feita quando deixa o copo que sujou sobre a pia e ele aparece lavado, enxugado e guardado no armário de onde tirou. A criança consome, usufrui, desfruta, se beneficia. Não tem nenhum compromisso com a casa, é sempre servida, tudo lhe está disponível.

Até os seis anos de idade, a criança está junto da mãe, está na polaridade feminina e uma das características do universo feminino é a receptividade, a comunhão e a passividade. Assim a criança psicológica também aprende a desfrutar, a ser servida, não se compromete, não mantém vínculos, somente recebendo, sempre no “me dá!”, é eximia cobradora, pede amor, abrigo, proteção, espiritualidade e segurança.

Da mesma forma que a criança se comporta em casa, a criança interior se expressa nos demais contextos. Uma pessoa adulta tendo esta criança interna mal-resolvida, diante de um emprego, vai optar pelo que oferece maior gama de benefícios, trabalha sem vínculo com a missão da empresa. Na escola, deseja professores paternais, facilitadores e da escola deseja muitos amigos e muitos eventos, tal como num parque de diversões, e chega a mudar de escola se não tiver muitas interações com amigos e eventos. Não se vincula com o estudo. Nos relacionamentos afetivos procura parceiros com as maiores qualidades para oferecer, o primeiro a riqueza, para ter suas necessidades todas atendidas. Não se vincula com o amor, com seus valores emocionais. Deseja a loteria, torce pelo prêmio que atenda aos seus desejos na totalidade. Não se vincula com o produzir, com o construir.

Situações, pessoas, coisas que atendam às necessidades dos envolvidos sem obter deles a contrapartida de um vinculo, compromisso, comprometimento, disponibilidade, está favorecendo este tipo de criança psicológica, representando os pais psicológicos mal resolvidos. Exemplo: Um náufrago aporta numa ilha com um pé de abacates, durante o período que permanecer nela, come todos os abacates, não tendo o compromisso consigo de plantar as sementes das frutas que comer. A ilha por não cobrar a contribuição do náufrago age como a mãe psicológica.

A partir dos sete anos, a criança interior entra na polaridade masculina, que dá a carga do construir, produzir, vincular-se, comprometer-se com valores pessoais. Dá a sua parcela de contribuição à casa, aos pais, à escola. É o período em que a criança escuta: “Sabe quanto custa isso?”.

Se a influencia do lar não for suficiente, a criança psicológica vai estacionar e se identificar com a polaridade feminina. Diante de qualquer compromisso, vínculo, responsabilidade, ela foge espetacularmente, ora de forma rebelde, ora suave e sutil. Se a pessoa portadora desta criança interna não atendeu às oportunidades de educá-la, a Vida se encarregará de fazer o ajuste. Ela enfrentará pelo caminho grandes perdas, quedas, acidentes de toda ordem, doenças, falecimentos, tudo que remeta à dor. A dor pressiona a troca da polaridade fazendo a pessoa reconhecer o valor das coisas e dar a sua contribuição.

E você? Como está sua criança internalizada? Você tem uma fonte que atenda às suas necessidades não tendo, ainda, nenhuma forma de contribuir a favor dela? Então, prepare-se para a perda desta fonte, que fatalmente ocorrerá, mais cedo, ou mais tarde, é só uma questão de tempo.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista



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ORA INTEIRA! ORA DIVIDIDA!

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O que acontece a uma pessoa que estando numa relação fixa, se permite ter amante(s), ou casos extraconjugais?

Essa pessoa vive o pingue-pongue do ora estar inteira, ora estar dividida.

Ela não se sente inteira somente com aquele parceiro. Falta-lhe algo. Este algo que falta parece estar fora dela, na outra pessoa.

É como se ela desse uma parte de si mesma para alguém de fora tomar conta. Quando ela está com um, ou com o outro, ou só, logo vem a sensação de incompleteza, daí corre-se de pessoa a pessoa para voltar a se sentir inteira de novo. Citamos como exemplo o conflito entre marido x namorado. A parte-marido vive com a parceira fixa a responsabilidade e a parte-namorado vive com a amante, a liberdade e o prazer. Duas partes paradoxais dentro da própria pessoa. Nada a completa de fato. Ela precisaria de todos os parceiros de uma só vez, ou de um com todas essas partes reunidas em si, para se sentir inteira.

Enquanto as partes prazer, responsabilidade e liberdade estiverem divididas dentro dela, atrairá tantos parceiros, quanto forem essas mesmas partes, podendo, inclusive, ser levada a um terrível esquartejamento se cada um dos parceiros puxarem para si a parte que retém dela ao se exigir que ela faça a escolha por um, não estando ainda integrada.

Essa divisão pode se originar da infância onde a relação obrigação x diversão não foi saudável. A orientação paterna preconiza que primeiro devemos atender o compromisso e depois atender a diversão. Então prazer e responsabilidade andam juntas. É estar inteiro. Estar inteiro ao expressar-se na atividade, leva a pessoa a encontrar diversão e trabalho na mesma atividade. Nos relacionamentos, a pessoa projeta responsabilidade e liberdade numa só pessoa.

Existindo problemas nessa relação, algo do tipo, a diversão sempre adiada, ou a obrigação sempre negligenciada, a pessoa se divide, tendo uma atividade penosa de um lado e uma prazerosa do outro, um parceiro para construção e outro para o prazer.

Através dos processos terapêuticos é possível alcançar a  integração entre responsabilidade e liberdade. Os principais passos são:
a-     A pessoa descobre que a parte inteira é a sua própria identidade, e esta não se divide.
b-    Enxerga com honestidade suas necessidades eróticas e emocionais, através da análise dos seus sentimentos e pensamentos mais sombrios, pecaminosos e inconfessáveis
c-     Busca atender de forma saudável essas necessidades, integrando dentro de si as partes incompatíveis, tornando-se finalmente única.
d-    Escolhe, então, o parceiro no qual irá expressar-se, sempre tomando conta de si mesma, jamais voltando a se dividir, caminhando cada vez mais para se tornar inteira, completa, resolvida e realizada com quem ela ama, com o planeta e com a sua própria Divindade.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista



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CONFLITOS!

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Ocorre um fato e sobre ele pesam duas coisas: o acontecimento em si e a forma como interpretamos ou reagimos ao fato. O fato, em si mesmo, representa apenas 10% do problema e também não é de nossa responsabilidade, mas os restantes 90% são as nossas reações ao fato e é de nossa competência.

Então, conflito é o sentimento que surge quando percebemos que as coisas não estão saindo do jeito que queremos. Estes sentimentos podem ser: raiva, ciúmes, irritação, mágoa, nervosismo, ameaça, inveja, angústia, frustração, decepção, impotência, apego, culpa, desespero, medo, tristeza, ressentimento, asco, perda, ansiedade, etc.

Para se resolver um conflito, não é necessária abordagem da forma como o fato é ou será resolvido. O foco deve ser dado ao sentimento que nasce da interpretação ou reação. Noutras palavras, uma pessoa ofende a outra, elas podem voltar à convivência e a pessoa ofendida guardar ressentimento. O retorno do convívio foi a solução do fato, mas o ressentimento que ficou é o sentimento que está em conflito e que deve ser tratado.

Resolver um conflito é dissolver o sentimento armazenado. É descarregar a emoção para que ela não se torne pano de fundo para a instalação de outros sentimentos negativos na psique. Isto é possível através de uma elaboração mental honesta e verdadeira.

O conflito quando se instala afeta diretamente a escala de valores, os conceitos pessoais, a filosofia pessoal e a auto-imagem. Para dissolver o sentimento será necessário identificar a crença que o sustenta. Ex. crença na destruição. Uma pessoa portadora desta crença, ao perder o emprego, pode interpretar que houve uma conspiração dos colegas para esse fim, o sentimento de perda está associado a “eles me“ferraram”” e não às suas próprias responsabilidades.

Para elaborar o sentimento negativo podemos nos fazer as seguintes perguntas: o outro me magoou ou eu sou uma pessoa magoável? Eu me permito aceitar as razões do outro? Estou disposto a perdoar ou outro sentimento me move? Quem sou eu? O que quero? O que tenho vergonha em confessar? Minha reação é uma repetição, é um padrão? Já vivi isso antes? Como minha imagem pessoal foi afetada? O que realmente estou escondendo? É uma projeção? É algo que eu quero do outro e não consigo? Qual meu medo real? Por que me permiti ser afetado desta maneira? Em que realmente acredito?

Para saber se a elaboração está no caminho correto, percebamos se o sentimento permanece o mesmo ou se aumenta a cada questão formulada. Nestes casos, significa que ainda não foi feita a pergunta certa, pois somente a pergunta certa tem o poder de dissolver instantaneamente o sentimento negativo e a crença perniciosa que o sustenta. Algumas delas: crença na falta e escassez, no abrigo e proteção, na destruição, no desamor, na inferioridade, na aprovação e rejeição, etc.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista



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