Eu

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O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Influenciando o Comportamento do Outro!

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INFLUENCIANDO O COMPORTAMENTO DO OUTRO!
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

Entramos nos relacionamentos afetivos acreditando que vamos viver uma troca equilibrada de atitudes. Mas, o que acontece conosco quando percebemos que o comportamento do outro não está de acordo com o que queremos? Entramos na infelicidade! E volta a velha crença: mudar o comportamento do outro!
Utilizamos de diversas técnicas, ferramentas, recursos para voltarmos a ser felizes na relação, porém o objetivo é o mesmo: o outro deve mudar para eu me sentir feliz! Até mesmo no seting terapêutico os parceiros chegam esperançosos de que o processo irá mudar o outro. Muitas vezes nos valemos das famosas DR’s (discutir a relação) que nada mais faz do que levar as pessoas a se abrirem e se destruírem, promovendo profundas feridas e distanciamento emocional. Sempre o mesmo resultado: o outro não muda, permanece insensível às nossas queixas e lamentações.
Há um caminho, porém, para ser trilhado, deve ser compreendido primeiramente. Como você se sente diante desta questão? O outro apresentará mudanças em seu próprio comportamento a nosso favor quando nós mesmos apresentarmos verdadeiras mudanças em nossas ações e atitudes!
A resposta não é tão simples. Muitas pessoas dizem “sim”, mas durante o processo se frustram, alegando que já fizeram de tudo e o outro não mudou. Outros se revoltam dizendo: “- porque eu é que tenho que mudar?”
Para trilharmos esta proposta de caminho o primeiro ponto a observar é que tudo é relacionamento e todo relacionamento é projeção. Nós desconhecemos nossas atitudes e nos projetamos nas atitudes do outro.
Nos relacionamentos as ações se encaixam. Ex. Ele fala, Ela ouve. Quando Ela fala, Ele ouve. Outro ponto: é sempre a energia masculina que dá o tom, a feminina busca o encaixe. No exemplo quando Ele ou Ela está na polaridade masculina(falar) promove o encaixe do outro na polaridade feminina(ouvir).
As nossas ações promovem na outra pessoa reações correspondentes opostas e complementarem às que geramos. Os nossos desejos e vontades impõe algo ao outro, que por sua vez, tem o livre arbítrio de aceitar ou não. Se o desejo for ir ao cinema, o nosso convite impõe que o outro mude suas rotinas, reorganize o seu tempo, a sua emoção e a sua mão-de-obra para nos atender. Mas, de posse do seu arbítrio, pode não querer processar as mudanças em sua vida e, assim, não temos como viver o que desejamos.
Nós não percebemos nossas micro-ações, e como elas afetam o comportamento do parceiro. Elas são inconscientes para nós e totalmente visíveis ao outro. Só conseguimos perceber as reações do outro e nos orientamos por elas, acreditando que é uma coisa dele, do arbítrio dele. O parceiro não se orienta por nossas palavras e sim pelas ações nossas que desconhecemos. Entramos na projeção, saindo do compartilhar para nos tornarmos policiais do comportamento alheio.
 A questão não é mudarmos  para mudar o outro! É compreender como agimos e como o outro está se encaixando às nossas ações.
Agora o caminho fica mais claro: Diante de uma atitude do outro que nos desagrada, devemos nos perguntar: O que estamos sentindo nesta relação? Quem somos nós nesta relação? O que queremos exatamente nesta relação? Quais as nossas atitudes sejam passadas ou presentes que contribuem para a relação estar do jeito que está?
As respostas, sendo sinceras, nos colocarão diante de nós mesmos e da nossa verdade. Enxergar nossas ações, atitudes e seus verdadeiros motivos, sempre nos perguntando: porque estamos agimos assim? São exclusivamente as nossas ações pessoais que podemos e devemos mudar para o bem da relação, e não o outro. Por sua vez o parceiro sentirá o desencaixe das ações, se perturbará, buscará dentro de si e da sua própria verdade nova forma de se encaixar
Há, portanto, um caminho. Compreender que o que fazemos, o que não fazemos ou o que deixamos de fazer tem consequências no parceiro, assim, devemos corrigir e mudar em nós o que vemos de errado. A mudança real das nossas atitudes influencia o comportamento do outro.

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Feridas Emocionais!

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FERIDAS EMOCIONAIS!
Por Silvio Farranha Filho – Psicanalista

Toda experiência que tivemos com os nossos genitores ou responsáveis por nossa formação, dos zero a quatorze anos, fica gravada em nosso subconsciente, principalmente até os sete anos onde somos mais vulneráveis.

Diante de qualquer estímulo (imagem, cor, som, cheiro, expressão corporal,lembranças, semelhanças, etc) as experiências armazenadas são ativadas e passamos a sentir as mesmas emoções que sentimos quando foram gravadas.

Tendo em vista que nossos genitores não são pessoas inteiras, completas, realizadas e resolvidas, absorvemos deles todo lixo emocional(ansiedades, vida não vivida, apegos, frustrações, medos, insatisfações) e da mesma forma quando nos tornamos pais, incompleto que somos, transferimos nossas emoções negativas como “mensagens” ao subconsciente dos nossos filhos.

Das “mensagens” transferidas ao nosso subconsciente, duas são as mais fundamentais: a dor de nos sentirmos oprimidos e a dor de nos sentirmos abandonados pelo outro.

Se nossos genitores foram invasivos, impositores, controladores, dominadores, punitivos, a ferida gerada em nosso subconsciente é a dor de nos sentirmos subjugados e oprimidos pelo outro.Se tivemos genitores que foram incertos, ausentes, misteriosos, imprevisíveis, evasivos, negligentes,  a ferida gerada é a dor de nos sentirmos abandonados.

No período infantil a relação do bebê com a mãe ou zeladora é construída por total dependência do outro. O outro se torna preponderante. O bebê não tem consciência de “si mesmo” e se apaixonamos por quem lhe dá o seio e de forma incondicional cuidados, segurança e satisfação. Esta relação é gravada no subconsciente do bebê e as  feridas emocionais geradas serão sempre  revividas dentro dos relacionamentos a vida toda.

Nossa criança interna  quando “estacionada” no período infantil terá uma percepção muito fraca de si mesma e total projeção no outro. Irá transferir ao outro a total responsabilidade por lhe dar cuidado, satisfação e segurança.

Isto quer dizer que entramos nos relacionamentos sem identidade, carentes, solitários, possessivos, ciumentos, policiais do comportamento do outro. Não conseguimos dar amor, só a pedir, exigir, receber, receber, só enxergamos o outro. O outro por sua vez tem sua criança interna nas mesmas condições tornando o relacionamento uma tarefa extremamente pesada a dois. Reflita: como a sua criança interna está se comportando em seus relacionamentos?

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Estar Apaixonado!

"Que animal você se transforma quando está apaixonado?" Joyce Pereira - 22/11/2016


ESTAR APAIXONADO!
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

“Me apaixonei pelo que eu inventei de você”- Marilia Mendonça – Música: “De Quem é a Culpa?”

Quando estamos apaixonados por uma pessoa, na verdade, não estamos apaixonados pela pessoa(objeto de amor). Estamos apaixonados por aquela face de nós que o outro reflete, ou “puxa” de nós.
Estamos encantados por um lado nosso que a outra pessoa gratifica emocionalmente.
Vejamos esta situação:
Um homem idoso se apaixona por uma jovem, metade de sua idade. Na relação ele se sente jovem, orgulhoso de si, cheio de vida. Ele está apaixonado por este lado dele que ela dispara. Como ele não tem consciência deste fenômeno dentro dele, ele então projeta nela(objeto de amor) esta paixão. O que ele percebe é que ele está realmente apaixonado por ela.
Uma vez apaixonados, criamos um significado com o objeto de amor, e nos próximos quatro anos, tempo que a química da paixão corre em nosso sangue, vamos nos relacionar com o significado que atribuímos ao outro. No caso o homem pode significar a moça como sendo a “fada” da vida dele. Ele está apaixonado pelo lado jovem dele, mas ele projeta este amor para a “fada”.
Processo semelhante também acontece com ela; ele ao entrar na vida dela, disparou um lado dela que é apaixonante para ela e ela atribuiu um valor a ele. Ela se relaciona com o valor dado a ele e não com a pessoa dele.
É isto, quando estamos apaixonados, estamos na idealização; idealizamos o outro conforme nossas necessidades e amamos a imagem que o outro reflete de nós.
E quando a paixão acaba?
É quando descobrimos que o outro não se enquadra na imagem idealizada que criamos dele. É quando cada um enxerga o outro como ele é. Frustração, decepção e muito provavelmente o fim da relação. Mas quando os parceiros lidam com esta frustração e a relação prossegue, aí sim, começa a construção do amor entre eles.
Vejamos esta situação:
O homem idoso descobre na relação que ele se aprisionou à beleza dela. O lado jovem, orgulhoso de si, cheio de vida dá lugar ao ciumento, possessivo, controlador. O seu pior lado e que ele odeia. No processo de projeção, ele lança a ela esta raiva que ele sente dele, ele passa a odiá-la, porque ela lhe mostra este lado sombrio da personalidade dele. Em contrapartida ele também destrói o lado dela que ela gostava.
Quando alguém entra em nossa vida, é chegada a hora de entrarmos em contato com as características em nós de que o outro é portador. Se o outro ama a si mesmo, chegou  a hora de experimentarmos o nosso amor próprio através daquela relação. Se somos racionais e entra em nossa vida um parceiro emocional, é chegada a nossa hora de trazermos à nossa consciência o nosso lado emocional, enquanto para o outro é chegada a hora dele lidar com seu próprio lado racional. 
Estarmos apaixonados é estarmos em contato com a boa imagem que temos de nós, refletida pelo outro. O Objeto de amor pode ser pessoas, acontecimentos, coisas.

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