Eu

Eu
O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

sábado, 23 de janeiro de 2016

COMO PROJETAMOS OS NOSSOS CONTEÚDOS INTERNOS NOS OUTROS!


A coisa mais fácil que fazemos é projetar os nossos conteúdos internos nos outros! Isto é explicado devido a forma como vivemos.

Para enxergarmos algumas partes do nosso corpo, necessitamos do auxilio de um espelho. Não conseguimos enxergar diretamente os nossos conteúdos internos. Uma parte deles podemos perceber através das nossas sensações e manifestações no corpo físico, como por exemplo, perceber a raiva que sentimos através da nossa respiração, dos batimentos cardíacos, etc.

Mas, a maior parte dos nossos conteúdos internos está invisível ao nosso olhar. Necessitamos do auxilio de outra pessoa, de uma situação ou de uma coisa para enxergarmos. Isto é projeção! Exemplo: a falsidade que enxergamos na outra pessoa é o reflexo da falsidade da nossa relação conosco, pois assim é uma forma de vermos que não estamos sendo verdadeiros com os nossos próprios sentimentos.

Quando digo EU, no mesmo instante eu me separo do NÃO EU! Então o meu não eu é transferido ao TU!  Exemplo: “Eu sou uma pessoa honesta!”. No exato instante em que faço esta declaração, eu me separo do meu lado desonesto. Se eu sou honesto, então, eu não sou desonesto! Correto?

Como fica o meu lado desonesto? Ele é transferido ao outro! Ex. “ O meu vizinho é desonesto!”

Uma forma de eu perceber minha projeção seria uma declaração do tipo:
“ O meu vizinho é desonesto, igualzinho a mim!”
“Você é uma pessoa rancorosa, exatamente como eu!”
“O mundo está perdido, assim como eu!”

Pode acontecer de percebermos o que está invisível para nós, mas, muitas vezes preferimos não ver, não assumir, não confessar, e aí, reprimimos, recalcamos. Estes conteúdos jogados no inconsciente, não desaparecem, ficam fazendo pressão para vir à nossa consciência a serem tratados. De tanto fazer isso chega um ponto de perdermos o contato com o nosso eu interno e, quando isso acontece, estamos de frente com a SOLIDÃO! Aconteceu a perda da nossa presença na nossa vida!

De tanto sermos guiados de forma inconsciente pelos nossos conteúdos internos, só vemos o outro, o comportamento do outro, o outro fica visível. Para o nosso olhar sobre nós, achamos que estamos sempre certos, corretos. Vagamos inconscientes de nós, mas a Sabedoria Divina deu-nos algo que não deixa a inconsciência nos vencer em definitivo: o nosso corpo físico!

O nosso corpo físico nos auxilia a lembrarmos de nós, a olhar para nós, nos reconhecer e a forma que ele utiliza é através das enfermidades. O corpo é a nossa verdade! Sintomas, enfermidades, acidentes são lembretes para olharmos para nós de forma verdadeira e sairmos da projeção sobre outro!

Tudo na vida é relacionamento e todo relacionamento é projeção!

Estamos projetando quando:
-         tecemos críticas, sejam elas positivas ou negativas;
-         emitimos julgamentos e opiniões;
-         damos conselhos;
-         apontamos o dedo, neste caso, quando aponto o dedo, estou apontando o meu erro no outro.

Sair da projeção, estarmos conscientes de nós exige duas tarefas: a primeira é estarmos atentos como lidamos com o outro e nas manifestações do nosso corpo. A segunda já é mais difícil, perceber o que está inconsciente para nós. Alguns sinais: sentimentos que não queremos sentir, pensamentos que não queremos ter; somos pessoas boas fazendo coisas más, atitudes impensadas, “aquilo” foi mais forte do que eu, etc

Quando estes sinais surgem é chegada a hora de lembrar que estamos sendo governados por nossa própria natureza, que ainda se encontra inconsciente para nós. Devemos tomar consciência destas partes inconscientes através de um trabalho muito profundo em nosso interior.

É importante duvidarmos do que pensamos, do que sentimos, do que fazemos, do que queremos, de quem somos. É urgente darmos mais atenção a toda e qualquer manifestação seja em nós ou ao nosso redor. Imperioso questionar o que fazemos, como fazermos, porque fazemos, qual o verdadeiro motivo ou intenção. Estarmos atentos “ao que nos acontece” e ao que fazemos acontecer, e por fim admitirmos que “somos nós”, sempre somos nós, nunca o outro!
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista


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