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O que são papéis sociais?
Em Sociologia, é a função ou comportamentos que
o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupa determinado status social. Status
social é o “posto”, honra, prestigio anexados à posição de alguém na sociedade.
Papel social é o aspecto dinâmico do status, a realização dos direitos e
deveres referentes ao status social. Papel social define o conjunto de normas,
direitos e deveres e explicativas que condicionam o comportamento dos
indivíduos junto a um grupo ou dentro de uma instituição. Os papéis sociais,
que podem ser atribuídos ou conquistados, surgem da interação social, sendo
sempre resultado de um processo de socialização. Papéis sociais complementam o
conjunto de comportamentos extremamente opostos. (*)
O que vincula uma pessoa à outra é o papel
social estabelecido entre elas. Os papéis definem a identidade da pessoa. Identidade
é saber quem é e o que quer. Na frase popular tal pai, tal filho encontra-se a
interação entre dois papéis: papel de “pai” interagindo com o papel de “filho”.
A interação diz que o filho tem o mesmo comportamento que o pai. O
comportamento do pai em cuidar, orientar interage com o comportamento do filho
em crescer e se desenvolver. Dizemos,
então, que o papel pai constela com o
papel filho e há entre os dois um
ponto de conflito. Ao se identificar com um papel, a pessoa só poderá se
relacionar com quem se identificar no papel oposto e complementar ao dele. Se
não houver a identificação os papéis deixam de existir. Identificação é a
identidade interna construída em função do papel: “ser” ou “estar”. Ex. Sou
chefe!, Estou chefe!.
Os papéis sociais, com exceções, são escolhas
livres que fazemos. Escolhemos ser ou não ser tal papel. Feita a escolha, deve-se
viver o papel na sua totalidade, arcando com seu lado positivo e negativo, suas
consequências e seu respectivo preço.
A regra de ouro para se viver bem dentro do
papel é: “O outro só poderá executar bem o seu papel se eu executar bem o meu
papel. Se eu não fizer o que tenho de fazer, não será possível o outro fazer o
que tem de fazer”.
Agora vejamos o que são conflitos emocionais. Exemplo:
uma esposa queixosa, sente-se infeliz e culpa o marido.
Ela não está em conflito com a pessoa do marido.
O conflito está ocorrendo com o seu papel de esposa dentro da relação. Os seus
comportamentos no seu papel não estão sendo gratificados emocionalmente pelos
comportamentos do marido no papel dele. Está em crise com sua identidade
pessoal, não sabe mais quem é, o que quer e o que faz. O seu papel de esposa
está doente, ferido.
O caminho da cura não é buscar consertar o papel
do marido, nem a pessoa dele. É voltar-se a si mesma. É resgatar sua identidade
pessoal dentro do seu papel de esposa. É questionar a sua relação consigo própria,
como afeta o seu e o desempenho dele. O questionar a si mesma pode ser feito em
duas direções: através do papel do marido ou do seu próprio papel. Os
resultados são os mesmos.
Através do papel do marido, deve perguntar a si
mesma: para ele dar as respostas desejadas como marido, quais respostas eu devo
dar no meu papel de esposa? Se ele está dando respostas fora do papel, por
exemplo, como pai e não de marido, então, quem estou sendo na relação, filha ou
esposa?
Através do próprio papel de esposa: Perguntar a
si mesma: Quais são minhas convicções sobre o meu papel? Qual minha identidade?
“Sou” ou “estou” esposa? O que é ser uma esposa? Neste papel: Quem sou eu? O
que eu quero? O que sinto? O que faço? Como me posiciono? Que sinais meu posicionamento
transmite? Como meus sinais estão sendo percebidos pelo outro? Como o outro
está reagindo? Como estou lidando com as reações do outro?
Nossas crenças pessoais afetam o nosso
desempenho nos papeis que ocupamos. Os papéis obedecem à Lei da Ação e Reação,
o movimento de um influencia diretamente o movimento do outro, assim, a esposa
deve resinificar o seu papel de esposa, em outras palavras, curar-se dentro do
papel e curar o seu papel. Esta cura é alcançada ao rever suas crenças e
convicções. O resultado é o seu posicionamento correto dentro do seu papel.
Quando um papel se cura, o papel oposto também se cura, pois um depende do
outro para existir.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista
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