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A
IMPORTÂNCIA DO OUTRO!
Por
Silvio Farranha Filho – Psicanalista
Qual
a importância do “outro” na nossa vida?
Quando bebês, nós não
sabemos quem somos, não temos identidade própria, mas temos uma grande percepção
de quem nos dá o alimento e nos apaixonamos por ela, tem início a nossa relação
com o outro!
Esta relação sutil -eu não sei quem eu sou, mas te percebo
totalmente- constitui numa marca mnêmica que nos acompanhará a vida toda,
de forma inconsciente. A mãe é preponderante. O outro fora de nós é preponderante! Assim, na vida adulta, entramos
nos relacionamentos com pouca percepção de nós mesmos e com total projeção
sobre o outro.
É no lar da infância que
aprendemos a ter consciência sobre nós (percepção do si mesmo, ou eu mesmo, ou ego)
e ter consciência sobre o outro.
No período infantil,
principalmente nos primeiros sete anos, toda experiência vivida com a genitora (ou
responsável por nossa formação) marcará nossa polaridade feminina e a relação
com as mulheres. O que for vivido com o genitor (ou figura masculina) marcará a
polaridade masculina e a relação com homens.
Como a marca mnêmica é
inconsciente, chegamos à vida adulta escravos de uma criança psicológica
extremamente carente, com pouquíssima noção de si mesma e exigindo do outro a total obrigação e responsabilidade
em lhe dar cuidados, satisfação e segurança. Mesmo em corpo adulto, com
experiências mais complexas, vivemos a favor desta criança imaterial.
A conquista da nossa
maturidade é justamente ter consciência desta criança interna, de seus desejos
narcisistas e tirar a responsabilidade transferida ao outro em cuidar dela. O despertar consciencial consiste em se ter
consciência sobre o si mesmo, sobre o
outro e a si mesmo como outro!
O outro é nossa referência!
O outro existe para que tenhamos consciência sobre nós mesmos, mas
como faremos isto se nossa criança interna está constantemente exigindo tetas e
mamadeiras?
Nossa criança interna é
narcisista, ou seja, só pensa nela interminavelmente e busca no outro a satisfação de suas necessidades e
faz isto através de jogos de poder, sistemas de controle e de um imenso desejo de
“colonizar” o outro.
Quanto menos consciência
do si mesmo menos percepção temos do outro e como consequência mais nos
precipitamos sobre ele. Agimos com uma urgente necessidade de nos impormos sobre
ele, com risco de agir com violência nos
relacionamentos íntimos, e nestes casos a mensagem que a criança interna
carrega é a de que “eu morrerei se eu não tiver você sob meu controle”.
O outro está lá para que nos tornemos conscientes de nós mesmos. Sem sua
presença não temos referência própria. O outro
nos diz quem somos. Adquirimos individualidade compreendendo o coletivo onde estamos
inseridos. O papel do outro é ser
exatamente o outro. O outro está para permitir o
engrandecimento e apoio mútuo nas relações e nas jornadas pessoais de cada um.
Quanto mais fraco o nosso ego, mais imaturos nos tornamos e puxamos o outro para esta imaturidade.
Lidamos conosco
através do outro. Devemos vencer o
hábito e o medo da mudança e termos a permissão de vivermos nossas próprias
jornadas e recusando o desejo de transferir para o outro a responsabilidade que nos cabe de cuidar de nós mesmos.
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