Eu

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O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

sexta-feira, 31 de maio de 2019

A Importância do Outro!

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A IMPORTÂNCIA DO OUTRO!
Por Silvio Farranha Filho – Psicanalista
Qual a importância do “outro” na nossa vida?
Quando bebês, nós não sabemos quem somos, não temos identidade própria, mas temos uma grande percepção de quem nos dá o alimento e nos apaixonamos por ela, tem início a nossa relação com o outro!
Esta relação sutil -eu não sei quem eu sou, mas te percebo totalmente- constitui numa marca mnêmica que nos acompanhará a vida toda, de forma inconsciente. A mãe é preponderante. O outro fora de nós é preponderante! Assim, na vida adulta, entramos nos relacionamentos com pouca percepção de nós mesmos e com total projeção sobre o outro.
É no lar da infância que aprendemos a ter consciência sobre nós (percepção do si mesmo, ou eu mesmo, ou ego) e ter consciência sobre o outro.
No período infantil, principalmente nos primeiros sete anos, toda  experiência vivida com a genitora (ou responsável por nossa formação) marcará nossa polaridade feminina e a relação com as mulheres. O que for vivido com o genitor (ou figura masculina) marcará a polaridade masculina e a relação com homens.
Como a marca mnêmica é inconsciente, chegamos à vida adulta escravos de uma criança psicológica extremamente carente, com pouquíssima noção de si mesma e exigindo do outro a total obrigação e responsabilidade em lhe dar cuidados, satisfação e segurança. Mesmo em corpo adulto, com experiências mais complexas, vivemos a favor desta criança imaterial.
A conquista da nossa maturidade é justamente ter consciência desta criança interna, de seus desejos narcisistas e tirar a responsabilidade transferida ao outro em cuidar dela. O despertar consciencial consiste em se ter consciência sobre o si mesmo, sobre o outro e a si mesmo como outro!
O outro é nossa referência!
O outro existe para que tenhamos consciência sobre nós mesmos, mas como faremos isto se nossa criança interna está constantemente exigindo tetas e mamadeiras?
Nossa criança interna é narcisista, ou seja, só pensa nela interminavelmente e busca no outro a satisfação de suas necessidades e faz isto através de jogos de poder, sistemas de controle e de um imenso desejo de “colonizar” o outro.
Quanto menos consciência do si mesmo menos percepção temos do outro e como consequência mais nos precipitamos sobre ele. Agimos com uma urgente necessidade de nos impormos sobre ele, com risco de agir com  violência nos relacionamentos íntimos, e nestes casos a mensagem que a criança interna carrega é a de que “eu morrerei se eu não tiver você sob meu controle”.
O outro está lá para que nos tornemos conscientes de nós mesmos. Sem sua presença não temos referência própria. O outro nos diz quem somos. Adquirimos individualidade compreendendo o coletivo onde estamos inseridos. O papel do outro é ser exatamente o outro. O outro está para permitir o engrandecimento e apoio mútuo nas relações e nas jornadas pessoais de cada um. Quanto mais fraco o nosso ego, mais imaturos nos tornamos e puxamos o outro para esta imaturidade.
Lidamos conosco através do outro. Devemos vencer o hábito e o medo da mudança e termos a permissão de vivermos nossas próprias jornadas e recusando o desejo de transferir para o outro a responsabilidade que nos cabe de cuidar de nós mesmos.


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