Eu

Eu
O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A Sombra Nas Relações Afetivas!

http://mundodapsi.com/crianca-interior-saiba-como-cura-la/


A SOMBRA NAS RELAÇÕES AFETIVAS!

Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

 Este ensaio é complementação do artigo de minha autoria “Como a Projeção de Sombra Melhora a Qualidade da Relação Afetiva? (1)

A Sombra tem sua origem no período infantil.
A relação do bebê com sua mãe cria uma marca mnêmica que o acompanhará na vida adulta.

A marca mnêmica é resultante da relação de intimidade entre os dois. O bebê não tem consciência de si e a mãe é preponderante. Ele não se conhece, mas reconhece a mãe dentre outras mulheres. Diante das suas necessidades de ser alimentado, acalentado e estimulado, o bebê busca carente, ávido e faminto o seio materno de onde obtém cuidados, satisfação e segurança.

Esta dinâmica se expressa na vida adulta.  Entramos no relacionamento com um grau de consciência sobre nós e sobre o outro. Mas quando a relação alcança o mesmo grau de intimidade vivida na relação do bebê com a mãe, surge então a nossa criança interna alterando a trajetória da relação.

A nossa criança assume o comando da relação, trazendo-nos imaturidade e comportamentos infantis. Ficamos sem identidade, sem consciência própria e nos projetamos totalmente no outro, exigindo que o outro nos dê o mesmo que o bebê exige da mãe. Transferimos para o outro a responsabilidade de cuidar de nós. Buscamos nos impor no relacionamento para garantir que a nossa criança interna seja atendida.

James Hollis Ph.D reflete “até que ponto consigo amar o outro verdadeiramente sem deixar  que minhas próprias necessidades o domine?” (2)
“É possível estarmos numa relação afetiva sem sermos manipuladores do comportamento do outro? Estamos suficientemente dispostos a enxergar as nossas verdades desagradáveis dentro da relação através do outro? Na relação conseguimos enxergar o outro e sua realidade, ou somente enxergamos o nosso próprio umbigo?”

Senão vejamos:
Dizemos que uma relação afetiva é caminhar juntos, com respeito, mas nos tornamos policiais do comportamento do outro. Na relação eu não sei quem eu sou, mas conheço o outro em nível de detalhes. Declaramos que na relação é dar e receber amor, mas nos comportamos de maneira infantil obrigando o outro a nos atender em nossas exigências. Prometemos que iremos cuidar do outro, mas na relação nos tornamos cobradores inveterados. Queremos ser aceitos como somos.

Está na hora de aceitar que numa relação afetiva devemos tirar dos ombros do outro a responsabilidade de cuidar de nós. Nossa tarefa é a de reconhecer a nossa imaturidade dentro da relação, o quanto estamos impedindo a nossa independência e liberdade quanto a do outro, o quanto estamos sendo controladores, o quanto carregamos medo e culpa, o quanto manipulamos. Projetamos no outro os nossos conteúdos internos e transferimos a dinâmica que temos sobre estes conteúdos. Ex. Esta pessoa é igual a fulano(projeção) e lido com ela da mesma forma que lido com fulano(transferência).

A tarefa do outro não é outra, senão disparar gatilhos dos conteúdos que ainda estão mal resolvidos dentro de nós, o mesmo a nós enquanto “outro”. Tudo o que admiramos no outro é o que nos falta e tudo que não aceitamos no outro é o que temos, mas rejeitamos. Por fim, na relação lidamos com nós próprios através do outro. (1)Disponível no blog:silviofarranhafilho.blogspot.com.br  (2)“Agendas Secretas” – A Sombra Interior – pag 104.


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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

A Simbologia do Iceberg!


Estamos vendo um iceberg navegando no oceano. Acima da superfície vê-se apenas 20% do seu tamanho e abaixo estão os 80% restantes. No nível psicológico, tudo aquilo que sabemos sobre nós próprios representa 20% da nossa totalidade (o consciente) e os 80% restantes representam tudo aquilo que não sabemos sobre nós (o inconsciente) navegando no oceano da vida (tudo o que há de se aprender sobre nós).

Acima da superfície, o iceberg é movido pelas correntes de ar e abaixo pelas correntes marítimas. Se as correntes tanto de ar quanto marítimas convergem na mesma direção, o iceberg move-se tranquilamente. Mas se mover contra o vento, isto quer dizer que ele está sob pressão das correntes marítimas devido sua maior parte estar submersa. No nível psicológico, quando o racional e o emocional convergem no mesmo objetivo de vida, a pessoa sente-se plena e caminha determinada rumo à realização. Mas se o racional não está no comando, mesmo desejando estar, é o emocional que está ditando os seus movimentos que podem estar em direção contrária aos seus objetivos.

A Psicologia estuda a relação do comportamento (resposta) frente ao seu motivo (estimulo), definindo que não há estimulo sem sua resposta ou uma resposta sem o seu respectivo estímulo. Em outras palavras, não há comportamento sem a sua causa.  Assim, o que está na superfície (atitudes) é causado que está abaixo (pensamentos, sentimentos e crenças).

As atitudes estão no plano visível, pois vemos nossas ações e reações. Partindo-se do ponto de que as atitudes são as causas de outras atitudes, elas também são conseqüências de uma causa maior.  É o motivo por detrás do motivo. Esta causa reside no plano invisível, num nível mais profundo.

No primeiro nível de profundidade temos os Pensamentos.
O nosso mental influencia as nossas atitudes. Agimos conforme o nosso padrão mental. Nossos pensamentos dão origem às nossas atitudes. Se conscientemente não conseguimos mudar nossas atitudes, precisaremos olhar para os nossos padrões de pensamentos. Se nossos pensamentos são a causa das nossas atitudes, eles também são conseqüências de uma causa maior e mais profunda.

No segundo nível mais abaixo da superfície temos os Sentimentos.
O nosso emocional influencia as nossas atitudes. Os nossos sentimentos difíceis, perturbadores, inconfessáveis são as causas dos nossos pensamentos, que por sua vez, causas das nossas atitudes. O nosso sentir geram os nossos padrões emocionais. Ao percebermos que continuamos a ter sentimentos que não queremos ter, devemos olhar para os nossos padrões emocionais. Se nossos sentimentos são as causas de outros sentimentos, pensamentos e atitudes, eles também são conseqüências de uma causa maior e mais profunda.

No terceiro nível mais abaixo da superfície temos as nossas Crenças e Convicções.
Nossas crenças e convicções são as causas de todas as causas das nossas atitudes. Nossas crenças dão origem aos nossos padrões emocionais, aos nossos padrões mentais e aos nossos padrões de comportamentos. Erradicar uma crença perniciosa é dissolver sentimentos, pensamentos e atitudes que não fazem mais sentido em nossas vidas. Elas foram originadas por diversas formas, seja absorvendo o clima doméstico ou realizando diálogos internos em momentos de dor ou por mensagens passadas pelo clã familiar, etc.

Como estão muito abaixo da superfície, nossa mente consciente não as alcançam e necessitamos do outro para enxergá-las. Assim quando outro iceberg se aproxima através das suas atitudes podemos ver nelas o reflexo das nossas próprias atitudes. Damos o tom e outro reage nos refletindo.
O iceberg derrete-se, reduz o seu tamanho e por fim desaparece no oceano. No nível psicológico os nossos padrões de crenças são dissolvidos quando trazidos à nossa consciência. O que estava inconsciente torna-se consciente. Crenças erradicadas fazem desaparecer toda cadeia de sentimentos, pensamentos e atitudes atreladas a ela. Se na superfície duas pedras de gelo não conseguem se aproximar, a causa está submersa provocada pelas extremidades que se chocam. No nível psicológico, nossas crenças estão impedindo de nos integrarmos ao outro por conta das nossas atitudes extremistas.

Nossas crenças, sentimentos e pensamentos movem a nossa vida, determinam as nossas atitudes e as nossas atitudes geram os nossos resultados. Daí termos a vida conforme nossas crenças. Temos a vida no qual acreditamos, se não temos a vida que desejamos é porque não acreditamos nela. Nossas atitudes revelam as nossas crenças. Nossas doenças revelam as nossas crenças. Uma pessoa que sofre de diabetes acredita que a vida é amarga. Quando as coisas não estão saindo conforme desejamos, chegou a hora de olharmos para abaixo da superfície e buscar qual a crença que nos move. Como vimos, as crenças são invisíveis. Vejamos: Queremos ser felizes, mas não somos, então somos infelizes. A infelicidade é o que se manifesta em nossas vidas, é o que realmente sabemos fazer, então nos projetamos numa busca frenética por alcançar felicidade pensando que estamos acreditando nela. Mas nossos resultados são implacáveis: frustrações! Que no fundo é a permanência da infelicidade. Ser feliz é algo que não acreditamos e a infelicidade é o que manifestamos de fato. Mas ao mergulharmos em nosso íntimo e encontramos a crença na infelicidade, este sublime encontro faz tudo mudar no exato momento, pois faz nascer a crença na felicidade, que vai promover novas atitudes. Assim, diante dos nossos resultados devemos extrair lições e diante delas corajosamente fazer um mergulho em nossas águas mais profundas a fim de localizar nossas crenças intimas.


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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Verdade Pessoal!

https://www.acbgbrasil.org/julho-verde-projeto-de-lei/

VERDADE PESSOAL!

Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

 A verdade pessoal é uma diretriz interna que seguimos incondicionalmente. Ela é nossa lei e formata o tipo de vida que temos, nos faz ser, agir e pensar mesmo de forma que não queiramos. É tão profunda que a nossa mente não é capaz de percebê-la. O contato com ela se dá pelo nosso sentir, pela percepção das sensações, emoções e sentimentos.

A vida que temos, do jeitinho que ela é, sem tirar e nem por, é o resultado da nossa verdade pessoal. Estando dentro da verdade, por mais que queiramos ou tentamos mudar a nossa vida, ela permanece a mesma, pois as nossas escolhas seguem os ditames do que acreditamos profundamente. A verdade se manifesta na vida e a vida é a conseqüência da verdade.

Nos relacionamentos, o outro vive a sua verdade, enquanto vivemos a nossa. As verdades se encaixam, formando faces de uma mesma moeda. Se desejamos ter a mesma vida do outro e não conseguimos, muito provável é que nós não nos submeteríamos à verdade que o outro segue.

A verdade que nos move é de fato a nossa, ou ela nos foi imposta? Se foi, então, qual é a nossa verdade de fato? Podemos dizer que, se a vida não é do jeito que queremos é porque estamos vivendo fora da nossa verdade?

Jesus nos diz: Conheça a Verdade e ela vos libertará!”
Penso que Ele não nos dava respostas simples para as nossas questões, Ele nos concitava a experimentar o caminho do passo-a-passo nos processos libertadores.

Assim, não basta somente descobrir a nossa verdade pessoal. Ao enxergá-la temos que fazer escolhas, tomar decisões, experimentar, lidar com resultados, para que o nosso sistema corpo-mente reconheça o novo poder no comando.

Se a verdade que seguimos não é nossa, ao descobri-la, temos de pronto, coragem, habilidade, força moral, suficientes, para seguirmos em frente, lidando com a pressão do que foi estabelecido pela verdade anterior?

Um dos obstáculos à conquista da nossa verdade interna é o fato dela doer. A nossa verdade dói, nos causa dor! Para curar essa dor, o processo libertador consiste em olhar para aquilo que dói e se questionar: Quem sou eu? O que quero realmente? As respostas não vem de imediato, vão tomando forma à medida em que nos aprofundamos. O processo libertador não é a resposta, mas, a busca pela resposta, que, uma vez encontrada, nos liberta.

Se a nossa vida está sendo vivida de acordo com a nossa essência, então estamos vivendo de acordo com a nossa verdade pessoal. Isto é plenitude!. Mas, se o bichinho da insatisfação nasceu dentro de nós, iniciou-se o processo libertador. Os conflitos mostram que a verdade que estamos seguindo não faz mais sentido para nossa vida, assim, é chegada a hora do grande confronto com a nossa própria verdade.

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Nossa Natureza Psíquica!

http://www.antroposofy.com.br/forum/a-lei-do-espelho-o-que-ve-nos-outros-e-na-verdade-seu-reflexo/


NOSSA NATUREZA PSIQUICA!
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

Saudações! Muito obrigado pela oportunidade que me concedem em expressar-me por este canal. Eu sou apaixonado pelo processo de Projeção de Sombra criado por Jung. Este método permite se conhecer através da observação dos nossos conteúdos internos refletidos em coisas,  pessoas e acontecimentos. Tudo que está fora de nós é um reflexo do que está dentro de nós. O autoconhecimento é adquirido através do processo das associações e da formulação de perguntas feitas a nós mesmos. Assim, temos a Natureza que está fora de nós e temos nossa natureza psíquica, a que está dentro de nós. Ambas se relacionam.

Natureza = Natural. Tudo que é da Natureza é portanto natural e necessário. Os elementos naturais que permitem que haja Vida no planeta, também são encontrados na nossa natureza psíquica. Os elementos principais da natureza psíquica são: crenças/convicções e todos os verbetes ligados, tais como: paradigmas, pressupostos, opiniões, julgamentos, pontos-de-vista, etc., mais as emoções, os sentimentos e os pensamentos. Assim como os elementos terra, ar, fogo e água constituem a base da Natureza, as crenças/convicções constituem a base da natureza psíquica.

O rio corre para o mar. Trazendo para a nossa natureza psíquica, os nossos sentimentos se assemelham aos rios e as emoções ao mar. Nossos sentimentos conduzem nossa vida emocional de forma inexorável. Por mais que desejemos ter um tipo de vida, nossos sentimentos nos levam para outro, o verdadeiro. O processo é simples: as crenças (convicções) geram os sentimentos, estes  geram os pensamentos, os quais geram as escolhas, as escolhas as atitudes e as atitudes os resultados. Ex. uma pessoa que acredita num mundo cruel e hostil alimenta sentimentos de medo e tem atitudes voltadas a uma busca frenética por abrigo e proteção. Por mais que tente ter uma vida diferente ela vai bater de frente com a doença chamada Depressão em sua forma de Doença do Pânico. Daí dizermos que: a pessoa tem a vida na qual acredita; somos escravos das nossas convicções; se uma pessoa deseja algo e este algo não se manifesta em sua vida é porque não acredita no que deseja; se uma pessoa encontra obstáculos em obter o que deseja, é melhor olhar para as suas crenças, pois está tentando fazer algo que não acredita.

Na Natureza, se as condições não estão prontas para ocorrer a chuva, a chuva não se precipitará. Há elementos que não são visíveis a olho nu, ex. oxigênio. Na natureza psíquica as crenças são invisíveis, inacessíveis à mente racional, só podem ser acessadas através do exame de sentimentos. Crença não é o que se diz acreditar. Crença é o que se manifesta física e materialmente ou os resultados. Na Natureza temos a semente e o respectivo fruto, na nossa psique temos a crença e o seu respectivo resultado.

Um exemplo do processo: O vento e a chuva destruíram o telhado da minha casa. Telhado está associado a limites superiores e a reflexão: onde na minha vida estou destruindo os meus limites superiores? É chegada a hora de rever as crenças mais profundas sobre espiritualidade/religiosidade.

Silvio Farranha Filho atua no Spaço Natureza & Terapias tel.(11)3735-0361.
Email: silviofarranhafilho@gmail.com – blog: silviofarranhafilho.blogspot.com.br


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