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A
SOMBRA NAS RELAÇÕES AFETIVAS!
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista
A Sombra tem sua origem no período infantil.
A relação do bebê com sua mãe cria uma marca mnêmica que
o acompanhará na vida adulta.
A marca mnêmica é resultante da relação de intimidade entre
os dois. O bebê não tem consciência de si e a mãe é preponderante. Ele não se conhece,
mas reconhece a mãe dentre outras mulheres. Diante das suas necessidades de ser
alimentado, acalentado e estimulado, o
bebê busca carente, ávido e faminto o seio materno de onde obtém cuidados,
satisfação e segurança.
Esta dinâmica se expressa na vida adulta. Entramos no relacionamento com um grau de
consciência sobre nós e sobre o outro. Mas quando a relação alcança o mesmo grau
de intimidade vivida na relação do bebê com a mãe, surge então a nossa criança
interna alterando a trajetória da relação.
A nossa criança assume o comando da relação, trazendo-nos
imaturidade e comportamentos infantis. Ficamos sem identidade, sem consciência
própria e nos projetamos totalmente no outro, exigindo que o outro nos dê o mesmo que o bebê exige
da mãe. Transferimos para o outro a responsabilidade de cuidar de nós. Buscamos
nos impor no relacionamento para garantir que a nossa criança interna seja
atendida.
James Hollis Ph.D reflete “até que ponto consigo amar o
outro verdadeiramente sem deixar que
minhas próprias necessidades o domine?” (2)
“É possível estarmos numa relação afetiva sem sermos
manipuladores do comportamento do outro? Estamos suficientemente dispostos a
enxergar as nossas verdades desagradáveis dentro da relação através do outro?
Na relação conseguimos enxergar o outro e sua realidade, ou somente enxergamos
o nosso próprio umbigo?”
Senão vejamos:
Dizemos que uma relação afetiva é caminhar juntos, com
respeito, mas nos tornamos policiais do comportamento do outro. Na relação eu
não sei quem eu sou, mas conheço o outro em nível de detalhes. Declaramos que
na relação é dar e receber amor, mas nos comportamos de maneira infantil
obrigando o outro a nos atender em nossas exigências. Prometemos que iremos
cuidar do outro, mas na relação nos tornamos cobradores inveterados. Queremos
ser aceitos como somos.
Está na hora de aceitar que numa relação afetiva devemos
tirar dos ombros do outro a responsabilidade de cuidar de nós. Nossa tarefa é a
de reconhecer a nossa imaturidade dentro da relação, o quanto estamos impedindo
a nossa independência e liberdade quanto a do outro, o quanto estamos sendo
controladores, o quanto carregamos medo e culpa, o quanto manipulamos.
Projetamos no outro os nossos conteúdos internos e transferimos a dinâmica que
temos sobre estes conteúdos. Ex. Esta pessoa é igual a fulano(projeção) e lido
com ela da mesma forma que lido com fulano(transferência).
A tarefa do outro não é outra, senão disparar gatilhos
dos conteúdos que ainda estão mal resolvidos dentro de nós, o mesmo a nós
enquanto “outro”. Tudo o que
admiramos no outro é o que nos falta e tudo que não aceitamos no outro é o que
temos, mas rejeitamos. Por fim, na relação lidamos com nós próprios através do outro. (1)Disponível no
blog:silviofarranhafilho.blogspot.com.br (2)“Agendas Secretas” – A Sombra Interior –
pag 104.
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