“O masculino encaixa no feminino, e o
feminino encaixa no masculino Ambos se completam.” – Irineu Deliberalli
Este
tema é profundo, polêmico, chato, e com muitas nuances. Teço algumas lâminas
para os momentos de reflexão, para despertar a atenção para este lado de nós
mesmos e que é capaz de acabar com as nossas relações afetivas sem alterar
nossos sentimentos. Por mais que tentasse resumir, não deu, acabou ficando
longo. Mas o texto assim é!
Você
já percebeu que faz escolhas o tempo todo, desde o momento em que acorda até o
momento em que vai dormir? que ao fazer uma escolha você é obrigado a viver a
escolha que fez? Que vive apenas uma escolha por vez? que faz isso desde o
primeiro minuto até o último minuto do ano? que, não apenas você, mas toda a
população da Terra faz a mesma coisa? que ninguém no mundo e em qualquer tempo
jamais viveu, vive ou viverá duas alternativas ao mesmo tempo? Que a humanidade
em todos os tempos faz escolhas dentro das áreas: espiritual, profissional, financeira,
corporal e afetiva, desde o nascimento até a morte?
Pois,
é! É uma propriedade da Vida na face da Terra! É a dualidade, ou seja, fazer
apenas uma escolha entre várias alternativas. Não escolher também é uma escolha.
É viver obrigatoriamente a escolha feita. Aprender sobre si mesmo através das
escolhas vivendo uma de cada vez, repetindo sempre as mesmas experiências até o
aprendizado total de todas as alternativas, onde ocorrerá a libertação das
cadeias da dualidade. Caso não despertemos nossa consciência para esta
realidade, viveremos sempre na repetição.
Vamos
dar um exemplo: ao sair para o trabalho você está em dúvida se vai de ônibus ou
com o seu carro. Ou vai com um, ou vai com o outro. Se escolher ir de ônibus
deixará o carro na garagem. Se optar pelo carro, abandonará a idéia de ir de
ônibus. Não dá para ir com os dois ao mesmo tempo, certo? Se no dia anterior
escolheu ir de carro, na manhã seguinte, estará diante da mesma escolha, então
optará por ir de transporte público. Após várias repetições, já conhecendo os
dois modos de locomoção ao trabalho, o contexto agora passa a comandar as
escolhas. Antes da tomada de decisão, irá verificar a situação do trânsito
(contexto maior), se estiver congestionado, a escolha recairá em ir de
transporte coletivo.
Agora
vem a parte chata, mas imprescindível. Nós processamos a vida através do nosso
cérebro. Ele tem dois hemisférios, o hemisfério direito e o hemisfério
esquerdo. Cada hemisfério tem as suas funções próprias, diferentes uma da outra
e são complementares. Se o cérebro é dual, a vida é dual!
O
hemisfério direito é responsável por muitas propriedades, tais como, lógica,
leitura, escrita, cálculos, contagem, análise. Todas atividades processadas
através destas propriedades são chamadas de atividades masculinas.
O
hemisfério esquerdo é responsável por outras propriedades complementares, como,
percepção, música, conceitos lógicos, simbolismo. As atividades processadas
nessas bases são chamadas de atividades femininas. Ex. O lado esquerdo do
cérebro é responsável pela inteligência e o lado direito é responsável pela
intuição. O lado esquerdo define o que é (o
substantivo), o lado direito define para que ( o adjetivo). Ex. Quando você
está com uma caneta, o lado esquerdo definiu o objeto como “caneta”, o lado
direito definiu a função do objeto “serve para escrever de forma perene”. Na
sua vida diária, quando deseja escrever que não seja apagado facilmente, você se
utiliza da caneta, e não do seu oposto: o lápis.
Também,
o hemisfério esquerdo rege a atividade, o lado direito do corpo, o masculino,
pólo positivo, entre outros. O hemisfério direito rege a passividade, o lado
esquerdo do corpo, o feminino, o pólo negativo. Numa das classificações, o
homem é racional e a mulher passional.
Para
se compreender a relação entre o pólo positivo (masculino) e o pólo negativo
(feminino) tomemos como exemplo uma moeda de nome PAZ, que é a Unidade. Esta
moeda tem dois lados; o lado paz e o lado guerra! Os dois são extremamente
opostos. O lado paz (negativo) para existir depende do lado guerra (positivo),
e o lado guerra depende da paz. Se o lado paz for destruído, o lado guerra
também será e como conseqüência a moeda PAZ deixará de existir. Quando o lado
paz atinge o seu limite, migra obrigatoriamente para o lado guerra, e vice-versa.
Se o lado paz está reinando é porque o lado guerra ainda não se manifestou, então
o lado paz promoverá dentro de si mesmo o seu oposto, a guerra, ocorre também
ao contrário. Os dois lados são vividos ao mesmo tempo, no momento em que se
promove a paz, também se fomenta a guerra, o contrário também é verdadeiro. A
sabedoria sobre a moeda PAZ está em se conhecer os seus dois lados opostos, e
utilizá-los conforme o contexto para se produzir a PAZ. Perceber qual o lado
dominante e migrar para o outro. Assim, sendo assim, é possível, então,
promover a PAZ tanto pelo seu lado paz quanto pelo seu lado guerra!
Voltando
ao nível psicológico, a polaridade rege a relação entre as pessoas. Um pólo
ativo se relaciona com um pólo passivo e o pólo dominante faz com que o seu
oposto se torne sua Sombra. Se o racional é ativo o emocional é a Sombra, se o
emocional é dominante, o racional se torna a Sombra. Vemos, então, homens e
mulheres mais positivos (centrados no cérebro), fazendo, quase sempre, suas escolhas para o universo masculino, atraindo constantemente
pessoas, situações e coisas de polaridade feminina, experimentando situações
repetitivas cujos conflitos visam despertar a migração ao feminino. Da mesma
forma vemos mulheres e homens mais negativos (centrados na emoção) atraindo a polaridade
masculina, para o despertar do aspecto masculino em suas naturezas.
Como
se complementam?
Perceber
a instância maior (contexto) em que a dualidade ocorre. Perceber o pólo dominante
e se permitir migrar para o pólo oposto.
Nas
relações afetivas, a polaridade não está atrelada ao sexo da pessoa, mas sim à
natureza do parceiro. É comum vermos homens positivos se relacionando com
mulheres negativas e mulheres racionais lidando com homens emotivos.
Se
o parceiro é racional, é chegada a hora conhecer o seu lado oposto, ou sua
Sombra, ao atrair um parceiro mais emocional. O parceiro mais emocional também
está sendo convidado a conhecer o seu lado mais racional, A relação irá proporcionar
diversas experiências (conflitos), onde cada parceiro aprenderá sobre si mesmo
e sobre o outro através das suas escolhas individuais e coletivas. Deverá
observar sua própria natureza, sem julgamentos, qual pólo está mais exposto,
como se permite migrar para o pólo oposto, qual a tendência de suas escolhas e perceber
a polaridade do parceiro migrando sempre para a polaridade oposta a fim de
complementá-lo.
Uma
situação.
Se
o parceiro ficou o dia todo exposto a uma atividade de cálculo, mergulhado na
polaridade ácida, utilizando mais o lado esquerdo do cérebro, ao chegar em
casa, não verá com bons olhos um convite para uma academia, principalmente se
na academia houver elementos de lógica, cálculos, contagem, análise. O parceiro
que fez o convite irá se frustrar se permaneceu o dia todo em atividade de
música, passividade, portanto na polaridade alcalina. Não havendo a migração,
os dois entrarão em atrito, pois estão na mesma polaridade, e o conflito poderá
ter a seguinte solução: o parceiro alcalino vai para a academia e o parceiro
ácido sentará na frente da televisão, e a relação começa a se deteriorar, pois
não viveram os dois juntos um mesmo evento.
Outra
situação.
Se
o parceiro pergunta ao outro, “-vamos ao teatro?” Ele está na polaridade
masculina, ativa, no comando. O parceiro responde: “-sim!, vamos!”, ele está na
polaridade feminina, na passividade. Os dois irão ao teatro contentes e em paz,
pois em suas escolhas, ocorreu o encaixe do masculino e do feminino. Mas se um
parceiro pergunta: “Aonde vamos?” e o outro responde “Não sei!”, os dois estão
na mesma polaridade, a feminina, na passividade, o conflito irá se manifestar
com certeza, só terminando quando um dos dois, assume um lugar para ir, ou
seja, quando alguém migrar para o masculino. Se os dois não conseguirem fazer a
migração, irão pedir opinião a um terceiro, que fará a polaridade masculina. O
mesmo acontece quando um parceiro diz “-Vamos ao teatro?” o outro diz “-Vamos
ao shop?”, os dois estão na mesma polaridade, a masculina, o atrito fará com
que alguém migre para o feminino. O encaixe não ocorre quando os dois estão na
mesma polaridade, atrairão o atrito para que um migre para o pólo oposto. Sem
estes esclarecimentos, o parceiro poderá fazer a migração na dor, revolta, no
poder, mágoa. Eu vejo as separações não pelo fato de ter acabado o amor entre
os parceiros, mas sim, quando um dos parceiros está sempre na mesma polaridade,
não se permitindo migrar para o oposto, obrigando o outro permanecer também na
polaridade em que se encontra. Não há troca. Nesta ótica as relações afetivas
levarão os parceiros a fazerem escolhas melhores, com o masculino se encaixando
no feminino, e aos poucos a relação vai fazer cada um conhecer os dois lados de
si mesmo e perceber as polaridades do outro, permitindo trocas cada vez mais
saudáveis.
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista
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