Eu

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O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

POLARIDADES!



“O masculino encaixa no feminino, e o feminino encaixa no masculino Ambos se completam.” – Irineu Deliberalli

Este tema é profundo, polêmico, chato, e com muitas nuances. Teço algumas lâminas para os momentos de reflexão, para despertar a atenção para este lado de nós mesmos e que é capaz de acabar com as nossas relações afetivas sem alterar nossos sentimentos. Por mais que tentasse resumir, não deu, acabou ficando longo. Mas o texto assim é!

Você já percebeu que faz escolhas o tempo todo, desde o momento em que acorda até o momento em que vai dormir? que ao fazer uma escolha você é obrigado a viver a escolha que fez? Que vive apenas uma escolha por vez? que faz isso desde o primeiro minuto até o último minuto do ano? que, não apenas você, mas toda a população da Terra faz a mesma coisa? que ninguém no mundo e em qualquer tempo jamais viveu, vive ou viverá duas alternativas ao mesmo tempo? Que a humanidade em todos os tempos faz escolhas dentro das áreas: espiritual, profissional, financeira, corporal e afetiva, desde o nascimento até a morte?

Pois, é! É uma propriedade da Vida na face da Terra! É a dualidade, ou seja, fazer apenas uma escolha entre várias alternativas. Não escolher também é uma escolha. É viver obrigatoriamente a escolha feita. Aprender sobre si mesmo através das escolhas vivendo uma de cada vez, repetindo sempre as mesmas experiências até o aprendizado total de todas as alternativas, onde ocorrerá a libertação das cadeias da dualidade. Caso não despertemos nossa consciência para esta realidade, viveremos sempre na repetição.

Vamos dar um exemplo: ao sair para o trabalho você está em dúvida se vai de ônibus ou com o seu carro. Ou vai com um, ou vai com o outro. Se escolher ir de ônibus deixará o carro na garagem. Se optar pelo carro, abandonará a idéia de ir de ônibus. Não dá para ir com os dois ao mesmo tempo, certo? Se no dia anterior escolheu ir de carro, na manhã seguinte, estará diante da mesma escolha, então optará por ir de transporte público. Após várias repetições, já conhecendo os dois modos de locomoção ao trabalho, o contexto agora passa a comandar as escolhas. Antes da tomada de decisão, irá verificar a situação do trânsito (contexto maior), se estiver congestionado, a escolha recairá em ir de transporte coletivo.


Agora vem a parte chata, mas imprescindível. Nós processamos a vida através do nosso cérebro. Ele tem dois hemisférios, o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo. Cada hemisfério tem as suas funções próprias, diferentes uma da outra e são complementares. Se o cérebro é dual, a vida é dual!

O hemisfério direito é responsável por muitas propriedades, tais como, lógica, leitura, escrita, cálculos, contagem, análise. Todas atividades processadas através destas propriedades são chamadas de atividades masculinas.
O hemisfério esquerdo é responsável por outras propriedades complementares, como, percepção, música, conceitos lógicos, simbolismo. As atividades processadas nessas bases são chamadas de atividades femininas. Ex. O lado esquerdo do cérebro é responsável pela inteligência e o lado direito é responsável pela intuição. O lado esquerdo define o que é (o substantivo), o lado direito define para que ( o adjetivo). Ex. Quando você está com uma caneta, o lado esquerdo definiu o objeto como “caneta”, o lado direito definiu a função do objeto “serve para escrever de forma perene”. Na sua vida diária, quando deseja escrever que não seja apagado facilmente, você se utiliza da caneta, e não do seu oposto: o lápis.

Também, o hemisfério esquerdo rege a atividade, o lado direito do corpo, o masculino, pólo positivo, entre outros. O hemisfério direito rege a passividade, o lado esquerdo do corpo, o feminino, o pólo negativo. Numa das classificações, o homem é racional e a mulher passional.

Para se compreender a relação entre o pólo positivo (masculino) e o pólo negativo (feminino) tomemos como exemplo uma moeda de nome PAZ, que é a Unidade. Esta moeda tem dois lados; o lado paz e o lado guerra! Os dois são extremamente opostos. O lado paz (negativo) para existir depende do lado guerra (positivo), e o lado guerra depende da paz. Se o lado paz for destruído, o lado guerra também será e como conseqüência a moeda PAZ deixará de existir. Quando o lado paz atinge o seu limite, migra obrigatoriamente para o lado guerra, e vice-versa. Se o lado paz está reinando é porque o lado guerra ainda não se manifestou, então o lado paz promoverá dentro de si mesmo o seu oposto, a guerra, ocorre também ao contrário. Os dois lados são vividos ao mesmo tempo, no momento em que se promove a paz, também se fomenta a guerra, o contrário também é verdadeiro. A sabedoria sobre a moeda PAZ está em se conhecer os seus dois lados opostos, e utilizá-los conforme o contexto para se produzir a PAZ. Perceber qual o lado dominante e migrar para o outro. Assim, sendo assim, é possível, então, promover a PAZ tanto pelo seu lado paz quanto pelo seu lado guerra!

Voltando ao nível psicológico, a polaridade rege a relação entre as pessoas. Um pólo ativo se relaciona com um pólo passivo e o pólo dominante faz com que o seu oposto se torne sua Sombra. Se o racional é ativo o emocional é a Sombra, se o emocional é dominante, o racional se torna a Sombra. Vemos, então, homens e mulheres mais positivos (centrados no cérebro), fazendo, quase sempre, suas  escolhas para o universo masculino, atraindo constantemente pessoas, situações e coisas de polaridade feminina, experimentando situações repetitivas cujos conflitos visam despertar a migração ao feminino. Da mesma forma vemos mulheres e homens mais negativos (centrados na emoção) atraindo a polaridade masculina, para o despertar do aspecto masculino em suas naturezas.

Como se complementam?
Perceber a instância maior (contexto) em que a dualidade ocorre. Perceber o pólo dominante e se permitir migrar para o pólo oposto.

Nas relações afetivas, a polaridade não está atrelada ao sexo da pessoa, mas sim à natureza do parceiro. É comum vermos homens positivos se relacionando com mulheres negativas e mulheres racionais lidando com homens emotivos.
Se o parceiro é racional, é chegada a hora conhecer o seu lado oposto, ou sua Sombra, ao atrair um parceiro mais emocional. O parceiro mais emocional também está sendo convidado a conhecer o seu lado mais racional, A relação irá proporcionar diversas experiências (conflitos), onde cada parceiro aprenderá sobre si mesmo e sobre o outro através das suas escolhas individuais e coletivas. Deverá observar sua própria natureza, sem julgamentos, qual pólo está mais exposto, como se permite migrar para o pólo oposto, qual a tendência de suas escolhas e perceber a polaridade do parceiro migrando sempre para a polaridade oposta a fim de complementá-lo.

Uma situação.
Se o parceiro ficou o dia todo exposto a uma atividade de cálculo, mergulhado na polaridade ácida, utilizando mais o lado esquerdo do cérebro, ao chegar em casa, não verá com bons olhos um convite para uma academia, principalmente se na academia houver elementos de lógica, cálculos, contagem, análise. O parceiro que fez o convite irá se frustrar se permaneceu o dia todo em atividade de música, passividade, portanto na polaridade alcalina. Não havendo a migração, os dois entrarão em atrito, pois estão na mesma polaridade, e o conflito poderá ter a seguinte solução: o parceiro alcalino vai para a academia e o parceiro ácido sentará na frente da televisão, e a relação começa a se deteriorar, pois não viveram os dois juntos um mesmo evento.

Outra situação.

Se o parceiro pergunta ao outro, “-vamos ao teatro?” Ele está na polaridade masculina, ativa, no comando. O parceiro responde: “-sim!, vamos!”, ele está na polaridade feminina, na passividade. Os dois irão ao teatro contentes e em paz, pois em suas escolhas, ocorreu o encaixe do masculino e do feminino. Mas se um parceiro pergunta: “Aonde vamos?” e o outro responde “Não sei!”, os dois estão na mesma polaridade, a feminina, na passividade, o conflito irá se manifestar com certeza, só terminando quando um dos dois, assume um lugar para ir, ou seja, quando alguém migrar para o masculino. Se os dois não conseguirem fazer a migração, irão pedir opinião a um terceiro, que fará a polaridade masculina. O mesmo acontece quando um parceiro diz “-Vamos ao teatro?” o outro diz “-Vamos ao shop?”, os dois estão na mesma polaridade, a masculina, o atrito fará com que alguém migre para o feminino. O encaixe não ocorre quando os dois estão na mesma polaridade, atrairão o atrito para que um migre para o pólo oposto. Sem estes esclarecimentos, o parceiro poderá fazer a migração na dor, revolta, no poder, mágoa. Eu vejo as separações não pelo fato de ter acabado o amor entre os parceiros, mas sim, quando um dos parceiros está sempre na mesma polaridade, não se permitindo migrar para o oposto, obrigando o outro permanecer também na polaridade em que se encontra. Não há troca. Nesta ótica as relações afetivas levarão os parceiros a fazerem escolhas melhores, com o masculino se encaixando no feminino, e aos poucos a relação vai fazer cada um conhecer os dois lados de si mesmo e perceber as polaridades do outro, permitindo trocas cada vez mais saudáveis.
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

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