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Temos uma necessidade inconsciente de dominar os outros,
de controlar o comportamento alheio. Entramos em conflito emocional quando
constatamos que as coisas não estão saindo do jeito que queremos, o que na
verdade é que o outro não está fazendo do jeito que eu quero.
A forma como somos educados contribui para esta questão.
No nosso estágio de infância, nossos pais ou responsáveis têm um peso
fundamental sobre o nosso comportamento, mas, também, liberam este peso quando
alcançamos a maioridade. Porém, o aprendizado de nos tornarmos policiais uns
dos outros já foi concluído.
Tudo
o que é tem a sua importância, se é assim, é porque é necessário, mas, há um
momento em que podemos interferir sem causar prejuízos ao processo: quando
conquistamos a consciência!
Os
relacionamentos são destinados ao encaixe de uns com os outros e não ao jogo de
domínio e poder de um sobre o outro. O problema surge quando desconhecemos a
regra do livre-arbítrio e do contexto ao qual estamos inseridos.
Nossos
desejos, vontades e necessidades impõe algo a alguém, que por sua vez, tem o
arbítrio de aceitar ou não o que estamos lhe impondo. O que será que acontece
com a nossa felicidade quando ela está formatada sobre o comportamento do
outro? Uma coisa é certa, precisamos saber a diferença entre convidar e impor.
Convites são sempre bem-vindos, as imposições não.
Um
pai combina com seu filho, que ele deve chegar tal hora em casa, para não ficar
exposto à violência urbana e que estará em estado de tensão até a sua chegada.
O filho, porém, se atrasa e chega depois da hora marcada. O pai lhe recebe com
uma briga por não ter obedecido à ordem. Tendo em vista que o filho chegou são
e salvo, haveria o motivo da briga? Qual o contexto que gerou a briga? O do
filho ter chegado são e salvo fora de hora ou o do poder que o pai não teve
sobre a vontade do filho?
Num
evento social, um parceiro está entretido numa entrevista. O outro parceiro
pede-lhe que lhe sirva uma bebida. Isto implica ao parceiro deixar de fazer o
que está fazendo para servir o outro. Solicita-lhe, então, um tempo para lhe
atender. Quando lhe serve a bebida recebe uma bronca. Qual o contexto da
bronca? A bebida que não foi servida no tempo desejado ou o poder sobre o parceiro
em lhe interromper? O que o pedinte queria realmente?
Quando
formatamos nossa felicidade sobre nossas próprias mãos, oferecemos ao outro
convites gentis, generosos, de se encaixar conosco. Temos a dimensão exata do
que estamos impondo e ao que nos está sendo imposto. O paradigma antigo é: sou
feliz porque tenho o poder de fazer ao outro o que eu desejo. Esta crença leva
a feridas e distanciamentos emocionais nas relações.
Já
o novo paradigma é mais divertido: Sou feliz porque o outro só pode fazer o que
deve fazer se eu fizer o que eu tenho que fazer. Como o outro conseguirá
realizar o que deseja, se eu não realizar o que devo realmente fazer?
A
escola eneagramática prega que as pessoas esquecem de si mesmas. Penso que pode
ser este o motivo de nos precipitarmos sobre o outro. Se eu esqueço de mim,
então, eu só me lembro do outro. Quando estamos fora dos relacionamentos,
dizemos que relacionar é compartilhar, trocar, mas quando entramos ficamos
presos ao jogo aceitar as imposições do outro ou impor as nossas condições.
Para
conquistarmos a consciência, necessitamos fugir da tentação de controlar o
comportamento alheio. Por mais que tentemos, não conseguiremos dominar por
muito tempo o que uma pessoa pensa e sente. Devemos questionar a verdade das nossas
intenções por detrás dos nossos desejos e vontades, pois os relacionamentos são
regidos pela Lei Espiritual da Compensação e da Troca. Devemos, por fim,
estarmos conscientes dos nossos próprios comportamentos e como eles afetam o
outro.
Por Silvio Farranha Filho – Psicanalista
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