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A
CAPACIDADE DE NOS AMARMOS!
Por
Silvio Farranha Filho – psicanalista
O lar da infância é a nossa
base de vida.
No período infantil, até os
seis anos, vivemos na polaridade feminina, onde o mundo da mãe é fundamental.
Neste período recebemos a carga para lidarmos com relacionamentos,
espiritualidade, maternidade, paternidade, sensualidade e prazer.
Já no período entre sete e 14
anos, adentramos na polaridade masculina, onde o mundo do pai é essencial.
Neste período recebemos a carga para respeitar a autoridade, a disciplina, a
ordem, o dever e também como lidar com trabalho(produzir) e dinheiro.
Em se tratando de lar da infância, na ausência dos genitores, as
polaridades são consteladas pelas figuras masculinas e femininas, ou as pessoas
que constelam estas polaridades.
Entre quatorze e quinze anos,
estamos com nossa identidade pessoal pronta, temos as primeiras noções de quem
somos, do que queremos e do que valemos, e ainda com a nossa escolha ou
identificação pela polaridade masculina ou feminina.
A vida que temos ou tivemos com
os nossos genitores ou responsáveis por nossa formação afeta diretamente a nossa
identidade pessoal e a forma como vivemos. Tudo aquilo que foi vivido ou que
ainda vivemos com nossos pais, de bom ou de ruim, tem impacto direto na nossa
vida adulta.
Ao alcançarmos a maioridade,
desejamos ter a nossa própria vida e mais cedo ou mais tarde partimos para a
conquista dos nossos sonhos e objetivos de vida. Porém a forma como deixamos o
lar da infância, ou o mundo psicológico/emocional dos nossos pais, nos permite
voar livremente, ou nos aprisiona emocionalmente.
Quando estamos aprisionados a
sentimentos negativos oriundos da infância, não temos identidade própria,
mesmo estando com nossa estrutura construída, com nossa carreira, patrimônio,
família, etc., ficamos próximos deles numa busca frenética do amor
materno/paterno que faltou ou não foi suficiente no período infantil. Uma das
causas disso é o fato de não aceitarmos os nossos pais.
Quando
trazemos do lar da infância desejos e anseios não vividos, dores, mágoas, frustrações, principalmente
ressentimentos e raivas secretamente guardadas em relação aos pais, conforme
diz J.G. Bacardi, afetam diretamente a
nossa capacidade de nos amarmos, principalmente se viemos de lares onde
imperavam o desrespeito e o abuso. Estes conteúdos negados, reprimidos e
recalcados ao nosso inconsciente, formam um dos aspectos da nossa Sombra, uma
espécie de “natureza”, afetando
diretamente a nossa forma de ser, de agir e de pensar e dificultando a
nossa percepção sobre nós mesmos.
A conquista da nossa autoaceitação, do nosso amor próprio, aceitando nossos
pais como são ou foram, constitui uma tarefa trabalhosa, difícil e muito
dolorosa, a qual exige muita coragem e
disposição para olhar nossos sentimentos difíceis, perturbadores,
inconfessáveis, pecaminosos que residem dentro de nós.
A reconstrução da
identidade própria exige um profundo processo terapêutico, cuja fase inicial é
a mais difícil e dolorosa pois é realizada uma faxina emocional, culminando com
a eliminação das crenças perniciosas.
Vencidas estas etapas
experimentamos serenidade,
autoestima, integridade, amorosidade e aprimoramento das nossas relações
pessoais e afetivas.
Estar bem na vida
adulta é estarmos com maturidade emocional sendo capazes de nos amarmos, para
isso é indispensável estarmos harmonizados com os nossos genitores e com um novo
significado do lar da infância.
Silvio Farranha Filho é psicanalista no Spaço
Natureza & Terapias e desenvolve a Terapia Lux, um processo terapêutico,
que promove a harmonização com genitores próximos, distantes ou falecidos.
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