Eu

Eu
O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SÓ ACONTECE A QUEM TEM QUE ACONTECER!



Um fato me chamou a atenção em um noticiário sobre o comercio da região da Rua 25 de Março, no centro da capital paulista, no final de 2008, informando a freqüência de um milhão de consumidores por dia, que geraram a receita de 17,6 bilhões de reais. Outra noticia foi a preocupação da polícia militar em melhorar a segurança pública, tendo em vista que no ano anterior as operações policiais abordaram 1.269 batedores de carteiras na região.

Façamos um cálculo grosseiro, consideremos que esses malfeitores assaltaram 10 pessoas cada um e cada vítima tivessem 100 reais. Como resultado teremos 12.690 pessoas agredidas representando 0,01269% do total de pessoas/dia. Perderam R$1.269.000,00 que representa 0,000....% de 17 bi. Por mais que os malfeitores vitimassem pessoas, os prejuízos não chegaram a arranhar o faturamento total. Então, quem são estas pessoas vitimadas? Por que exatamente elas?

Porque estas pessoas trazem dentro de si o estigma para o assalto, ou seja, elas trazem internamente uma marca que gera a necessidade de aprenderem através desta experiência. Os larápios existem por conta destas marcas e para elas, eles são atraídos e somente a elas é que podem e devem assaltar. Larápios e vítimas ligados por conta de suas escolhas e de suas verdades, de suas marcas internas, muitas vezes trazidas de outras vidas.
Do total restante, os outros novecentos e tantos mil, dentre eles, quantas outras pessoas desavisadas dos critérios de segurança, até abusaram dos descuidos, expuseram-se a riscos desnecessários, ainda assim nada aconteceu? As pessoas vitimadas, de alguma forma, fazem o mesmo contra elas próprias.

Assaltam sejam de si mesmas ou de outras pessoas o tempo, a energia, a emoção, a amizade, a criatividade, a vitalidade física, a alegria, o apoio dos amigos, o dinheiro. Praticam pequenos delitos diante dos impostos ou ficam com o troco dado a mais, omitem a despesa cobrada a menos, mantém falas internas de que neste país não se deve ser pessoa honesta, barganham valores acima do necessário, minam a energia dos parceiros, impõem condições às pessoas próximas, vampirizam energias, fazem apropriações indébitas, etc.

Aparentam pessoas normais, politicamente corretas e aceitas na sociedade. Então, os assaltantes fazem com elas o mesmo que elas fazem a si próprias.



Se você já foi vítima de assalto, quais foram as lições de vida que você aprendeu com a experiência? Aprendeu na primeira ou precisou de repetições? Mesmo assim aprendeu? Você poderia ter aprendido de uma outra forma? Prestou atenção aos sinais? Psicologicamente, roubo está associado à falta, necessidade, julgamento. Questione-se: o que tenho medo de não poder ter ou de não merecer, ou o que eu tenho medo de perder? Faça uma avaliação honesta: como você está “batendo” a própria carteira? Nada acontece por acaso, pois só acontece a quem tem que acontecer.

Por Silvio Farranha Filho, psicanalista


#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar

NOSSAS VERDADES PESSOAIS E A REENCARNAÇÃO


 Em algum momento ouvimos falar de que as causas do nosso sofrimento atual foram originadas por nossas ações cometidas em outras existências, como também ouvimos que a quem prejudicamos no passado faz a respectiva cobrança, seja ao nosso lado, como pessoas difíceis de se conviver ou como espíritos obsessores em que se transformaram, por ainda não nos perdoarem. Confesso que tais informações geram muitas dúvidas por não termos a menor lembrança. Porém, não vejo importância em saber se fomos príncipes ou mendigos em outras vidas. O que mais importa saber é quais foram “as razões e emoções” que determinaram nossas ações enquanto príncipes, ou mendigos. O destaque fica por conta do estado emocional em que nos encontrávamos, quais eram as crenças e valores que admitimos como verdades pessoais nos referidos contextos, enfim, que convicções que motivaram nossas ações. O vínculo com o passado se dá através das nossas verdades pessoais, que mesmo com as modificações dos cenários, através das reencarnações, permanecem e se expressam as mesmas, porque somos escravos das nossas próprias convicções. Todos nós temos registros espirituais ou akashicos de todo processo reencarnatório, contendo informações de todas as experiências e emoções vividas durante as existências. Estas emoções compõem o acervo do nosso Inconsciente Pessoal, também conhecido como Sombra. Então, estes registros ou memórias akashicas são acionados através das nossas verdades expressadas através das atitudes, fazendo com que vivamos a partir de nossa Sombra. Iniciamos nossa trajetória no planeta Terra na condição emocional de simples e ignorantes em relação à manifestação da Vida e suas Leis Espirituais. O fim do processo reencarnatório se dá quando se alcança a compreensão total sobre as mesmas. Insto quer dizer que alcançaremos a condição de Iluminados, tal como Buda, Mestres Ascencionados, etc. Desta forma estamos sempre vivendo nossas verdades do momento, toda a conquista pessoal adquirida até então, constituindo-se nas Verdades relativas. Cada jornada, de forma lenta, se alcança um nível maior de compreensão e os conhecimentos adquiridos dentro deste nível são incorporado à verdade pessoal. O objetivo da existência é a transformação da nossa verdade pessoal, através da reforma emocional para erradicar de dentro de nós as crenças perniciosas que não estão de acordo com a Manifestação Positiva da Vida, da Luz e do Amor. Rever de forma constante o nosso emocional, observando e combatendo a presença das crenças antigas, obsoletas, na vida cotidiana, porque assim como nós, nossas verdades pessoais também migram através das reencarnações. Um exemplo de migração de crenças através da reencarnação é uma pessoa que foi informada que em existência anterior chefiou uma gangue de assaltantes cruéis que saqueavam caravanas, e hoje padece a influência de espíritos obsessores. Seus registros akashicos revelaram que ela viveu numa aldeia subdesenvolvida, sob regime feudal à beira da extinção, decidindo lutar pela da sobrevivência da aldeia atacando as caravanas, o seu bando era composto de pessoas que tinham o mesmo pensamento e seguiam sua causa. Sua verdade pessoal era a de tirar de quem tinha muito, que nada vinha de graça, era duro com as vítimas. Suas convicções eram combater o sistema com coragem, bravura. Tornou-se larápio para os caravaneiros e herói para os aldeões. Os registros também informaram que no processo evolutivo, a aldeia beneficiada pela unificação de um estado maior, tornou-se cidade próspera desaparecendo as caravanas e seus sicários.  Os caravaneiros vitimados necessitaram passar pelas experiências dolorosas para aprenderem a lidar com os recursos, tornaram-se economistas que movem o seu progresso, mas a pessoa e seus comparsas mantiveram-se com o mesmo padrão mental, mesma forma de ver as coisas, apesar das oportunidades em outras vidas Então ela renasceu para fazer a reforma de seu emocional e os espíritos obsessores, que a atormentam eram os antigos comparsas atrelados às antigas verdades, válidas somente para aquela época. Necessitam, hoje, reaprender novos conceitos, através da mudança do mental da própria pessoa. Tendo em vista que nossas atitudes transportam nossa verdade pessoal, esta pessoa, na existência atual, vive influenciada por sua Sombra, mantêm as mesmas falas mentais de acusação do governo como corrupto, repete as mesmas frases sistemáticas de que não se pode ser honesto neste país, continua acreditando na escassez, que os recursos são para poucos privilegiados, pratica pequenos delitos, como a sonegação de impostos, não devolve troco dado a mais, não informa valores não cobrados nas despesas dos restaurantes, barganha preços abusivamente, trata sem a menor educação prestadores de serviços, resolve todas as questões através da violência. Mudou-se o cenário, através das vidas sucessivas, mas o emocional antigo ainda permanece, expressando-se da mesma maneira.  Continua nos dias de hoje o mesmo corsário de ontem, tirando de quem, ela “acha” que, tem. A importância de saber quem fomos no passado é para auxiliar na identificação do “como pensávamos”, e como este pensar está expressando nas atitudes de agora os resquícios das verdades antigas. É possível, sim, identificar qual foi o nosso emocional vindo de outras existências. A primeira forma é avaliar o quanto nossas ações estão embasadas nestes dois paradigmas. Qual deles faz parte da nossa verdade: Ser feliz por ter dinheiro para fazer o que deseja ou Ser feliz por ser quem você é, fazer o que deve ser feito e ter o que deseja. Outra forma é observar os adjetivos que usa de forma corriqueira, pois os adjetivos indicam a projeção da sombra, Exemplo se você acha o governo corrupto, é porque você traz uma parcela de corrupção dentro de si. Esta parcela é resquício da crença na escassez. Se você acredita na escassez nesta existência, é porque já acreditou nela nas vidas passadas e veio para esta existência para aprender sobre a Lei da Abundância. Também pode-se observar através das falas internas, aquele diálogo intimo de si para consigo. O que se fala internamente aparece nos acontecimentos que nos atingem. O que nos acontece traz em sua estrutura exatamente aquilo que repetimos para nós próprios. Se você se queixa que não tem amigos verdadeiros, verifique nas suas ações os resíduos da crença na solidão e no abandono. E por fim, observe aquele pensamento-relâmpago quando for iniciar uma nova relação, atente para a primeira impressão, exatamente no primeiro segundo, no primeiro contato. A impressão obtida mostra a verdade anterior que vai se expressar durante aquela relação.

Por Silvio Farranha Filho, psicanalista



#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar

VIVENDO ANSEIOS PROFUNDOS



O que dizer de um homem maduro, casado, com uma filha adolescente, deixa a família, para viver com garotas de programa, tornando a esposa alcoólatra e a filha, drogada?

Das respostas encontradas, destaca-se a palavra anseio.

Importamos conteúdos das palavras “desejo”, “vontade” e “necessidade” para a classificarmos a palavra anseio. Então anseio é um desejo intenso de preencher um sentimento de falta, transformado numa força interna capaz de levar o indivíduo a atingir exigências mínimas para a manter o seu equilíbrio emocional.

Assim, inferimos, que esta pessoa está vivendo um anseio profundo, fora de época, pois em sua juventude não pode se relacionar com algumas garotas que desejava e também fora de lugar, pois acabou com um casamento, atirando a família ao desequilíbrio e desespero

Anseio que foi escondido, negado, reprimido, recalcado, talvez pela cultura do lar, da sociedade, da religião, levando-o a vive-lo agora, com prejuízo de todos, de forma violenta, pervertida, perniciosa.

É importante aceitarmos o fato de que um anseio, quando profundo, será vivido seja de um jeito ou de outro. O seu poder é tão grande, que é capaz de levar uma pessoa, que o sofre, a reencarnar só para vivê-lo. Não medirá esforços, nem conseqüências. Uma vez vivido, esgotada aquela energia, a pessoa caminha para a morte, por estar vazia de desejos. E o próprio Universo conspira para tal, fazendo que os anseios escondidos venham à tona dentro dos relacionamentos.

Se a vivência de um anseio profundo fora de época e local já trás conseqüências prejudiciais e perniciosas, o pior acontece, se não for vivido. A pessoa vítima deste sentimento vai-se contrair sérias doenças. 

Nem sempre os desejos, vontades ou necessidades, serão atendidos, e tudo se vive apenas uma única vez na vida, e, no entanto, pode-se fazer escolhas melhores.

A primeira coisa a ser feita é olhar com honestidade para os verdadeiros sentimentos escondidos, para que as atitudes não sejam guiadas por eles. Identificar de que forma a vivência afetará as pessoas ao redor, a Natureza e a Vida, evitando-se um preço muito alto a se pagar. Aceitar as limitações e erradicar as crenças que tornam os anseios perniciosos. Dar novos significados aos anseios, e para isso, a psicoterapia é uma ótima ferramenta. Por fim, ser criativo na vivência, pois o anseio quando é visível e disciplinado é fator de muita realização emocional.


Por Silvio Farranha Filho, psicanalista


#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar

terça-feira, 27 de outubro de 2015

MEDO DO FIM!



“O medo do fim não faz mais efeito em mim o prazer de recomeçar paira sobre um clima sublime que está sobre o ar”, este é um verso da musica “Medo do Fim” da banda Aliados 13, que nos trás em sua essência uma importante mensagem: cultuar a vida, respeitando a sua transitoriedade.

Via de regra cultua-se o fim. O que nós mais tememos é a morte, o fim do que é conhecido, sofremos ao lado da presa, nos documentários sobre a vida dos animais na selva, porque estamos presenciando o fim da vida para ela. Temos imenso horror ao que acaba, ao que passa. Sofremos indescritivelmente quando perdemos o apego e a ilusão, fim do que eu era, fim do que eu tinha, fim do que eu fazia.

Pregamos que amamos a vida, a beleza, o amor, mas quais são os verdadeiros sentimentos, pensamentos, emoções que sentimos quando o nosso vizinho demonstra que está realmente feliz? Quando o sol surge no horizonte o que cultuamos, o fim da noite ou a graça da oportunidade de viver mais um dia? Quando o sol se põe, o que cultuamos, o fim do dia ou a oportunidade de gozarmos a noite? Dizemos sempre: “- eu não estava preparado para o fim da religião, ou do trabalho, do dinheiro, da saúde, ou do relacionamento, etc. Em que realmente não estamos preparados? para o início? para o fim? para o “enquanto dure”? Talvez, o nosso vizinho esteja desfrutando das oportunidades que pairam no ar para ele.

A vida nos acontece, nela tudo é transitório, tudo se renova, tudo se transforma, ou seja, TUDO MUDA e muito pouco podemos fazer a vida  acontecer, então vamos mudar a nossa atitude diante do nosso momento presente mudando a nossa convicção interna de que tudo tem um fim, para “- agora, é hora de...” e viver com intensidade entre o que se iniciou e o seu inevitável fim, porém, se quisermos realmente cultuar o fim, que tal, cultuarmos o fim dos nossos sentimentos e pensamentos arcaicos, cristalizados, antigos ou obsoletos?
Por Silvio Farranha Filho, psicanalista


#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar

REFLEXÕES SOBRE AS OLIMPÍADAS!


Nas Olimpíadas de Pequim 2008, no podium mais alto, o Brasil ficou em 23o. lugar com 03 medalhas de ouro, à frente da Dinamarca, Suíça, Bulgária, Finlândia, Bélgica, Portugal, Suécia, Grécia, Turquia, Áustria e Irlanda.

Nas medalhas de prata, o Brasil ficou em 21o. com 4 medalhas.

Nas de bronze, em 14o. 8  medalhas, além dos paises já citados, foi além da Holanda, Espanha, Hungria e Noruega.

No quadro geral, o Brasil ficou em 17O. com 15 medalhas, à frente de: Polônia, Hungria, Noruega, Romênia, Turquia, Dinamarca, Suíça, Bulgária, Suécia, Finlândia, Grécia, Áustria, Irlanda, Bélgica, Portugal e Islândia, sem citar os que não obtiveram medalhas (*).

Por que esta comparação?

Mostrar a força e o poder do Brasil, uma nação jovem, com 1500 anos, frente a paises mais antigos e tradicionais do Velho Continente. O impacto do novo sobre o antigo conquistando seu espaço no planeta. Comemore Brasil!

O que podemos tirar das Olimpíadas de Pequim para a nossa psique?

Não podem ser os paises USA, China e Rússia, eternos campeões de medalhas, o símbolo dos nossos problemas tradicionais e sempre vencedores, tais como a depressão, a ansiedade, a perda da identidade?

Pode ser a Austrália, um novíssimo continente, alcançando a invejável 5a. colocação(46 medalhas), o símbolo do nosso lado criança, inteligente e criativo, novo e jovem, cheio de possibilidades? 

Sabemos que o detalhe diferencia o medalhista de ouro do medalhista de prata. A atleta Maggi nos acena com um único salto – detalhe? Venceu pela diferença de 1cm. Quais são os nossos detalhes, e que diferença estamos fazendo em nossas vidas e na vida dos outros? Phelps e Bolt exemplos de identidade, saber quem se é e o que se quer? Restam 122 dias para o encerramento das Olimpíadas Internas de 2008. Nas modalidades, espiritualidade, atividade, dinheiro, saúde e relacionamentos quais tem sido as nossas posições? Chances de medalhas? Quebras de record em vista? Seremos meros participantes? Nossa bandeira interna no mais alto podium?


Por Silvio Farranha Filho

(*) fonte: http://olimpiadas.uol.com.br/2008/quadro-de-medalhas/numero-total-de-medalhas.jhtm


#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar

POLARIDADES!



“O masculino encaixa no feminino, e o feminino encaixa no masculino Ambos se completam.” – Irineu Deliberalli

Este tema é profundo, polêmico, chato, e com muitas nuances. Teço algumas lâminas para os momentos de reflexão, para despertar a atenção para este lado de nós mesmos e que é capaz de acabar com as nossas relações afetivas sem alterar nossos sentimentos. Por mais que tentasse resumir, não deu, acabou ficando longo. Mas o texto assim é!

Você já percebeu que faz escolhas o tempo todo, desde o momento em que acorda até o momento em que vai dormir? que ao fazer uma escolha você é obrigado a viver a escolha que fez? Que vive apenas uma escolha por vez? que faz isso desde o primeiro minuto até o último minuto do ano? que, não apenas você, mas toda a população da Terra faz a mesma coisa? que ninguém no mundo e em qualquer tempo jamais viveu, vive ou viverá duas alternativas ao mesmo tempo? Que a humanidade em todos os tempos faz escolhas dentro das áreas: espiritual, profissional, financeira, corporal e afetiva, desde o nascimento até a morte?

Pois, é! É uma propriedade da Vida na face da Terra! É a dualidade, ou seja, fazer apenas uma escolha entre várias alternativas. Não escolher também é uma escolha. É viver obrigatoriamente a escolha feita. Aprender sobre si mesmo através das escolhas vivendo uma de cada vez, repetindo sempre as mesmas experiências até o aprendizado total de todas as alternativas, onde ocorrerá a libertação das cadeias da dualidade. Caso não despertemos nossa consciência para esta realidade, viveremos sempre na repetição.

Vamos dar um exemplo: ao sair para o trabalho você está em dúvida se vai de ônibus ou com o seu carro. Ou vai com um, ou vai com o outro. Se escolher ir de ônibus deixará o carro na garagem. Se optar pelo carro, abandonará a idéia de ir de ônibus. Não dá para ir com os dois ao mesmo tempo, certo? Se no dia anterior escolheu ir de carro, na manhã seguinte, estará diante da mesma escolha, então optará por ir de transporte público. Após várias repetições, já conhecendo os dois modos de locomoção ao trabalho, o contexto agora passa a comandar as escolhas. Antes da tomada de decisão, irá verificar a situação do trânsito (contexto maior), se estiver congestionado, a escolha recairá em ir de transporte coletivo.


Agora vem a parte chata, mas imprescindível. Nós processamos a vida através do nosso cérebro. Ele tem dois hemisférios, o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo. Cada hemisfério tem as suas funções próprias, diferentes uma da outra e são complementares. Se o cérebro é dual, a vida é dual!

O hemisfério direito é responsável por muitas propriedades, tais como, lógica, leitura, escrita, cálculos, contagem, análise. Todas atividades processadas através destas propriedades são chamadas de atividades masculinas.
O hemisfério esquerdo é responsável por outras propriedades complementares, como, percepção, música, conceitos lógicos, simbolismo. As atividades processadas nessas bases são chamadas de atividades femininas. Ex. O lado esquerdo do cérebro é responsável pela inteligência e o lado direito é responsável pela intuição. O lado esquerdo define o que é (o substantivo), o lado direito define para que ( o adjetivo). Ex. Quando você está com uma caneta, o lado esquerdo definiu o objeto como “caneta”, o lado direito definiu a função do objeto “serve para escrever de forma perene”. Na sua vida diária, quando deseja escrever que não seja apagado facilmente, você se utiliza da caneta, e não do seu oposto: o lápis.

Também, o hemisfério esquerdo rege a atividade, o lado direito do corpo, o masculino, pólo positivo, entre outros. O hemisfério direito rege a passividade, o lado esquerdo do corpo, o feminino, o pólo negativo. Numa das classificações, o homem é racional e a mulher passional.

Para se compreender a relação entre o pólo positivo (masculino) e o pólo negativo (feminino) tomemos como exemplo uma moeda de nome PAZ, que é a Unidade. Esta moeda tem dois lados; o lado paz e o lado guerra! Os dois são extremamente opostos. O lado paz (negativo) para existir depende do lado guerra (positivo), e o lado guerra depende da paz. Se o lado paz for destruído, o lado guerra também será e como conseqüência a moeda PAZ deixará de existir. Quando o lado paz atinge o seu limite, migra obrigatoriamente para o lado guerra, e vice-versa. Se o lado paz está reinando é porque o lado guerra ainda não se manifestou, então o lado paz promoverá dentro de si mesmo o seu oposto, a guerra, ocorre também ao contrário. Os dois lados são vividos ao mesmo tempo, no momento em que se promove a paz, também se fomenta a guerra, o contrário também é verdadeiro. A sabedoria sobre a moeda PAZ está em se conhecer os seus dois lados opostos, e utilizá-los conforme o contexto para se produzir a PAZ. Perceber qual o lado dominante e migrar para o outro. Assim, sendo assim, é possível, então, promover a PAZ tanto pelo seu lado paz quanto pelo seu lado guerra!

Voltando ao nível psicológico, a polaridade rege a relação entre as pessoas. Um pólo ativo se relaciona com um pólo passivo e o pólo dominante faz com que o seu oposto se torne sua Sombra. Se o racional é ativo o emocional é a Sombra, se o emocional é dominante, o racional se torna a Sombra. Vemos, então, homens e mulheres mais positivos (centrados no cérebro), fazendo, quase sempre, suas  escolhas para o universo masculino, atraindo constantemente pessoas, situações e coisas de polaridade feminina, experimentando situações repetitivas cujos conflitos visam despertar a migração ao feminino. Da mesma forma vemos mulheres e homens mais negativos (centrados na emoção) atraindo a polaridade masculina, para o despertar do aspecto masculino em suas naturezas.

Como se complementam?
Perceber a instância maior (contexto) em que a dualidade ocorre. Perceber o pólo dominante e se permitir migrar para o pólo oposto.

Nas relações afetivas, a polaridade não está atrelada ao sexo da pessoa, mas sim à natureza do parceiro. É comum vermos homens positivos se relacionando com mulheres negativas e mulheres racionais lidando com homens emotivos.
Se o parceiro é racional, é chegada a hora conhecer o seu lado oposto, ou sua Sombra, ao atrair um parceiro mais emocional. O parceiro mais emocional também está sendo convidado a conhecer o seu lado mais racional, A relação irá proporcionar diversas experiências (conflitos), onde cada parceiro aprenderá sobre si mesmo e sobre o outro através das suas escolhas individuais e coletivas. Deverá observar sua própria natureza, sem julgamentos, qual pólo está mais exposto, como se permite migrar para o pólo oposto, qual a tendência de suas escolhas e perceber a polaridade do parceiro migrando sempre para a polaridade oposta a fim de complementá-lo.

Uma situação.
Se o parceiro ficou o dia todo exposto a uma atividade de cálculo, mergulhado na polaridade ácida, utilizando mais o lado esquerdo do cérebro, ao chegar em casa, não verá com bons olhos um convite para uma academia, principalmente se na academia houver elementos de lógica, cálculos, contagem, análise. O parceiro que fez o convite irá se frustrar se permaneceu o dia todo em atividade de música, passividade, portanto na polaridade alcalina. Não havendo a migração, os dois entrarão em atrito, pois estão na mesma polaridade, e o conflito poderá ter a seguinte solução: o parceiro alcalino vai para a academia e o parceiro ácido sentará na frente da televisão, e a relação começa a se deteriorar, pois não viveram os dois juntos um mesmo evento.

Outra situação.

Se o parceiro pergunta ao outro, “-vamos ao teatro?” Ele está na polaridade masculina, ativa, no comando. O parceiro responde: “-sim!, vamos!”, ele está na polaridade feminina, na passividade. Os dois irão ao teatro contentes e em paz, pois em suas escolhas, ocorreu o encaixe do masculino e do feminino. Mas se um parceiro pergunta: “Aonde vamos?” e o outro responde “Não sei!”, os dois estão na mesma polaridade, a feminina, na passividade, o conflito irá se manifestar com certeza, só terminando quando um dos dois, assume um lugar para ir, ou seja, quando alguém migrar para o masculino. Se os dois não conseguirem fazer a migração, irão pedir opinião a um terceiro, que fará a polaridade masculina. O mesmo acontece quando um parceiro diz “-Vamos ao teatro?” o outro diz “-Vamos ao shop?”, os dois estão na mesma polaridade, a masculina, o atrito fará com que alguém migre para o feminino. O encaixe não ocorre quando os dois estão na mesma polaridade, atrairão o atrito para que um migre para o pólo oposto. Sem estes esclarecimentos, o parceiro poderá fazer a migração na dor, revolta, no poder, mágoa. Eu vejo as separações não pelo fato de ter acabado o amor entre os parceiros, mas sim, quando um dos parceiros está sempre na mesma polaridade, não se permitindo migrar para o oposto, obrigando o outro permanecer também na polaridade em que se encontra. Não há troca. Nesta ótica as relações afetivas levarão os parceiros a fazerem escolhas melhores, com o masculino se encaixando no feminino, e aos poucos a relação vai fazer cada um conhecer os dois lados de si mesmo e perceber as polaridades do outro, permitindo trocas cada vez mais saudáveis.
Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

#polaridades #quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar
#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ENCARAR O QUE É!



“ Você compreendeu o que é, então o que é tornou-se real. Como a mente está constantemente se esquivando, fugindo, recusando-se a ver o que é, ela cria os próprios obstáculos. Pelo fato de termos constantes obstáculos que nos impedem de ver, não compreendemos o que é e, assim, estamos fugindo da realidade. Ver o que é... requer uma grande capacidade e conscientização... virar as costas para tudo o que construímos...” – J. Krishnamurti – “A Primeira e Última Liberdade “ – pag. 202.

A pessoa deseja ficar rica, porisso faz apostas em loterias. Sua felicidade é alcançar a riqueza. Este desejo esconde duas coisas. Uma, a pessoa sofre porque não se torna rica e a outra sofre porque ainda continua pobre. Sua realidade é a pobreza, coisa que ela não quer ver. Sua pobreza física reflete sua pobreza psíquica, emocional, que é a causa real da sua pobreza. A sua miséria interior lhe traz um sofrimento profundo, uma dor quase insuportável, que para fugir desta dor a pessoa busca reprimir, negar, recalcar, transferir ou sublimar os seus sentimentos. Este sofrimento fica secretamente escondido dentro dela que, prisioneira dele, passa a sonhar com a liberdade. Projeta para si ou para os outros uma vida rica e passa a viver dessa projeção. Ela se torna quem não é e busca freneticamente algo que não existe, pois sua mente enraizada em padrões de pobreza desconhece a riqueza, algo que não sabe como lidar.

O que aconteceria se essa pessoa alcançasse a riqueza desejada? A chegada da riqueza lhe traria a sensação de felicidade, mas o seu relacionamento com os elementos da riqueza denunciariam a presença daquele sentimento que ficara escondido. Estaria ela comprando um carro novo para se sentir rica ou para afastar o estigma da pobreza? Se não olhar para a sua Sombra vai optar por um carro que seja muito superior às suas próprias necessidades. Nesse ritmo, em pouco tempo suas atitudes abririam as portas para que a miséria interior viesse a se manifestar na vida rica, fazendo com que ela tenha uma vida de pobreza dentro da riqueza, como era antes, ou ficando verdadeiramente pobre materialmente.

A questão é: qual o real motivo que a move a fazer apostas em loterias? É o desejo de ter uma vida mais confortável, ou a fuga de uma vida detestável? Onde está o real sofrimento? Na alma, em ser um “pobre de espírito” ou na vida material? Um prêmio de loteria resolveria o sentimento de ser pobre encravado no íntimo? Haveria a possibilidade de qualquer coisa externa aplacar este sofrimento?

Como a escolha foi a de buscar por prêmios milionários, toda vez que se depara com alguém rico, uma dor vem á tona, que não é admitida, a dor de sua pobreza. Para se livrar dela lança críticas à pessoa rica. O sonhar com a riqueza, as imagens mentais imaginárias passam a funcionar como anestésico dessa dor, e a necessidade de fazer as apostas é inevitável, para se ter garantido o direito de sonhar e um lenitivo para a dor.

Diante da constatação que o premio não veio, a dor ressurge violenta, porque foi reprimida. Dor porque não se alcançou a liberdade do sofrimento e dor por permanecer na vida sofrida. Para não enlouquecer, a pessoa se lança nas apostas freneticamente.

Encarar o que é!

É a outra escolha, a mais difícil! Abrir mão das projeções. Encarar, de frente, sua própria pobreza. Olhar para os verdadeiros sentimentos, para a dor, para as frustrações. Voltar-se para a verdadeira vida que se está levando, para aquela que se tem. Enfrentar o que é real - a pobreza interna manifestada na pobreza material, em outros termos “cair na real”. Defrontar-se com os paradoxos, para as inconsistências, para as incoerências entre a vida que se quer com a vida que se tem, algo do tipo, o dinheiro gasto com uma aposta pode ser utilizado na compra de um quadro. O prêmio não veio, o que se queria, mas a parede está enfeitada, o que se realmente tem. A felicidade está em se sair da vida de penúria com as próprias idéias e criatividade, sabor este que as projeções não vão dar, porque estão sendo aplicadas na vida real, mudando definitivamente a realidade e mesmo havendo um prêmio de loteria, a felicidade permanecerá, porque muda somente a base.

Algo parecido acontece no set terapêutico, muitas pessoas declaram que suas vidas melhoraram, isto porque optaram por encarar o que é, deixaram de viver nas projeções, se concentraram em viver suas realidades, enxergaram a dor interna e se assumiram a partir dela e, por fim, partiram para a vida explorando ao máximo os seus próprios recursos.
Por Silvio Farranha Filho Psicanalista


#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar