Eu

Eu
O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

BALANÇO FINANCEIRO EMOCIONAL!

balanço financeiro - www.meusport.com

Lembram-se das aulas de Contabilidade? Análise de balanço? O objetivo deste ensaio é transportar para o nosso lado emocional, alguns princípios desta maravilhosa ciência, a fim de auxiliar-nos a perceber nossos padrões emocionais e ritmo de vida, projetados na nossa vida financeira.

Vamos criar um balanço financeiro hipotético. Uma pessoa está insatisfeita com sua situação financeira e deseja realizar mudanças.
Em determinado mês, ela escreve como utilizou o seu dinheiro.

Mês 01
R$   450,00    +  Conta A
R$   280,00    +  Conta B
R$   185,00    +  Conta C
R$     85,00    +  Conta D
===============   
R$ 1.000,00   =  Total

Vamos transportar estas informações para percentuais. Abriremos a coluna % para identificar o quanto cada conta corresponde ao total pago. Para isto, divide-se o valor de cada conta pelo total geral.

Mês 01                                %
R$   450,00 + Conta A      45,0%
R$   280,00 + Conta B      28,0%
R$   185,00 + Conta C      18,5%
R$     85,00 + Conta D        8,5%
===============   
R$ 1.000,00 = Total         100%

A leitura da tabela é feita assim. A Conta “A” representa 45% do total pago. A Conta “B” 28%, a Conta “C” 18,5% e a Conta “D” 8,5%.

Para iniciar a análise emocional vamos criar uma nova coluna, que chamaremos de P/E, onde “P” é igual a Prazer e “E “é igual a Estresse. O objetivo é avaliar a sensação/sentimento no exato momento de se efetuar cada pagamento, classificando em P ou E ao lado de cada conta. A classificação ficou assim:

Mês 01                                 %          P/E
R$   450,00 + Conta A       45,0%       P
R$   280,00 + Conta B       28,0%       E
R$   185,00 + Conta C       18,5%       E
R$     85,00 + Conta D         8,5%       E
===============   
R$ 1.000,00 = Total          100,0%

Faremos, agora, análise vertical. O objetivo é identificar “focos” emocionais. A análise vertical é feita analisando cada conta em relação ao total.
Vamos atribuir uma base para os 100%. Neste caso 100% = Emoção, também pode ser Energia, Tempo, Dinheiro, Criatividade, etc., desprezando-se a coluna valor. A tabela fica assim.

Mês 01          %         P/E
Conta A      45,0%      P
Conta B      28,0%      E
Conta C      18,5%      E
Conta D        8,5%      E
===============   
Emoção       100%

Refletindo:
A pessoa consome 45% da sua emoção, pagando a Conta “A” em caráter prazeroso.
Já a Conta “B” consome 28% da emoção, e é a mais estressante. Tem-se aqui um foco. Ela é a ofensora do emocional da pessoa.
As três contas classificadas como estressantes (Conta “B”, Conta “C” e Conta “D”) juntas formam 55% do total da emoção da pessoa. Isto indica que ela não vive no prazer, pois gasta menos da metade de sua emoção (45%) em pagamentos prazerosos.
O resultado dessa análise é: Ela trabalha o mês todo e gasta 55% da sua emoção pagando contas estressantes.

Se ela continuar utilizando sua emoção desta maneira, podemos projetar que em um ano, permanecendo estes pontos percentuais, apenas 45% do ano será no prazer e os restantes 55% vividos no estresse. Ela correrá o risco de atrair uma entre duas possibilidades: criar gastos extras para compensar a instabilidade emocional, com sérios prejuízos financeiros, ou atrair doenças.
A título de exemplo, a Conta “B” foi classificada como a ofensora da emoção, assim, esta conta se torna o desafio para ela, em como torná-la prazerosa. Esta é uma das mudanças que poderá fazer.
Em caso de se atingir tal objetivo o quadro fica assim:

Mês 01        %           P/E
Conta A     45,0%       P
Conta B      28,0%       P
Conta C      18,5%       E
Conta D        8,5%       E
===============   
Emoção       100%

O resultado aponta que 73% do emocional (45% de “A” + 28% de “B”) está no prazer. Então, a atividade de pagar as contas torna-se extremamente prazerosa e, como conseqüência, a pessoa terá mais saúde emocional. Vejamos que é saudável emocionalmente ter uma parcela de estresse, neste caso 27%.

No segundo mês a classificação das contas ficou assim:
Mês 02                           %
R$ 350,00 + Conta A   35,0%
R$ 365,00 + Conta B   36,5%
R$ 185,00 + Conta C   18,5%
R$ 100,00 + Conta D   10,0%
===============   
R$ 1.000,00 = Total

Faremos, agora, uma outra análise, a análise horizontal. O objetivo é identificar “padrões” e “ritmos” emocionais. A análise horizontal é feita através de um comparativo de cada conta dentro dos meses apontados, tendo o Mês 01 como referência. Subtrai-se o Mês 01 do Mês 02 e divide-se o resultado pelo Mês 01. Se o valor da diferença for positivo, ocorreu uma redução emocional. Se for negativo ocorreu um aumento emocional.
A tabela fica assim:
Contas       P/E          Mês  01         Mês 02
Conta A      P              45,0%          35,0%          
Conta B      E              28,0%          36,5%          
Conta C      E              18,5%          18,5%          
Conta D     E                 8,5%          10,0%          
===============   
Emoção       100%

Refletindo:
Houve uma redução de 22%  da Conta “A” no Mês 02 em relação ao mês 01. Esta redução sinaliza que ocorreu uma perda da capacidade de sentir prazer. As mudanças podem ocorrer através dos questionamentos.
O que provocou esta redução?
A Conta “B” continuou ofensora e apresenta um aumento de estresse na ordem de 30% do Mês 02 para o Mês 01. O que está mantendo esta conta ofensora? O que provocou este aumento? Mantendo-se os mesmos pontos percentuais, em três meses, a vida emocional da pessoa estará crítica, com risco de precipitação de doenças.
A Conta “C” permanece estável. O que está mantendo esta estabilidade?
A Conta “D” apresenta um aumento de 18% no nível de estresse. O que provocou este aumento?
As três contas estressantes, que no Mês 01 representaram 55% da emoção da pessoa, no Mês 02 elas passaram a representar 65%. Houve, então, um aumento de estresse na ordem de 18%. É um fator alarmante, pois um incêndio nunca começa grande, é sempre pequeno. Este percentual indica que está nascendo um “ritmo”, que algo está acontecendo e precisa ser identificado com urgência, sob pena da pessoa atrair uma séria somatização em pouco tempo.
Uma vez que a depressão é a perda gradual da capacidade de sentir prazer, este aumento está sinalizando que talvez haja um padrão depressivo se expressando no ato de pagar contas.
O resultado é este: a pessoa, do Mês 01 para o Mês 02 perdeu 18% da sua capacidade de sentir prazer quando foi pagar a suas contas.

Cada conta tem um fator emocional atrelado a ela. Outra proposta de mudança é avaliar este fator emocional, não no ato de pagá-la, mas no exato momento de se contraí-la.

Continuamos com o foco na Conta “B” por ser a ofensora da emoção. 
Imaginemos que esta conta seja o pagamento da fatura do cartão de crédito.

Emocionalmente o cartão de crédito atua da seguinte forma. A pessoa tem desejos. Se depender exclusivamente do seu contra-cheque, levará 30 dias para atendê-los, e neste período ficará exposta à instabilidade emocional. Então, o cartão de crédito vem para reduzir ou eliminar este tempo de exposição, tempo zero de dias na necessidade, com a vantagem do pagamento de uma pequena parcela, sem afetar o desempenho financeiro.
Acontece que no mesmo período de tempo, outras necessidades aparecem. Daí o estresse na hora de fazer o pagamento da fatura.

Uma vez feita a conta, ela deve ser paga, mas pode-se refletir sobre a necessidade escondida atrás do ato de fazer a compra, antes do uso do cartão. Ao se comprar algo, também se compra uma compensação emocional. Se a pessoa compra algo de valor, no seu subconsciente, ela pode estar comprando valorização pessoal, através daquela compra. Se for algo de status, pode estar comprando auto-estima. A questão é refletir no ato da compra: O que ela está comprando através dessa compra? Ela pode adquirir a mesma compensação emocional de outra forma? A compensação emocional que busca está também afetando outros itens do balanço?

Como vimos, este ensaio hipotético baseou-se na emoção experimentada no ato de se efetuar o pagamento de uma conta, pois o pagamento de conta reflete a compensação emocional pelo trabalho que se realiza a cada mês. Muitas vezes se reclama do quanto se trabalha, mas o fator que coloca pessoas doentes é a forma como se paga a conta.

O balanço emocional é uma maravilhosa ferramenta para o nosso autoconhecimento, ver a nós próprios através do nosso comportamento com o dinheiro. Uma vez que o dinheiro é emocional e está presente em todas as áreas da nossa vida, o balanço financeiro emocional permite conhecer nossa vida espiritual, financeira, profissional, corporal e afetiva. Ele é muito rico em informações permitindo um sem-número de cruzamentos, com vantagem de ser uma atividade muito prazerosa.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista


#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar

Nenhum comentário:

Postar um comentário