criança interior - elvian - 1diadecadax.wordpress.com
Enquanto a criança cresce, o lado de sua personalidade na
esfera emocional também se desenvolve.
Na casa dos pais, a criança não sabe quanto custa a luz
que utiliza, o preço das roupas que veste. Ela não sabe que mágica é feita
quando deixa o copo que sujou sobre a pia e ele aparece lavado, enxugado e
guardado no armário de onde tirou. A criança consome, usufrui, desfruta, se
beneficia. Não tem nenhum compromisso com a casa, é sempre servida, tudo lhe
está disponível.
Até os seis anos de idade, a criança está junto da mãe,
está na polaridade feminina e uma das características do universo feminino é a
receptividade, a comunhão e a passividade. Assim a criança psicológica também
aprende a desfrutar, a ser servida, não se compromete, não mantém vínculos,
somente recebendo, sempre no “me dá!”, é eximia cobradora, pede amor, abrigo,
proteção, espiritualidade e segurança.
Da mesma forma que a criança se comporta em casa, a
criança interior se expressa nos demais contextos. Uma pessoa adulta tendo esta
criança interna mal-resolvida, diante de um emprego, vai optar pelo que oferece
maior gama de benefícios, trabalha sem vínculo com a missão da empresa. Na
escola, deseja professores paternais, facilitadores e da escola deseja muitos
amigos e muitos eventos, tal como num parque de diversões, e chega a mudar de
escola se não tiver muitas interações com amigos e eventos. Não se vincula com
o estudo. Nos relacionamentos afetivos procura parceiros com as maiores
qualidades para oferecer, o primeiro a riqueza, para ter suas necessidades
todas atendidas. Não se vincula com o amor, com seus valores emocionais. Deseja
a loteria, torce pelo prêmio que atenda aos seus desejos na totalidade. Não se
vincula com o produzir, com o construir.
Situações, pessoas, coisas que atendam às necessidades dos
envolvidos sem obter deles a contrapartida de um vinculo, compromisso,
comprometimento, disponibilidade, está favorecendo este tipo de criança
psicológica, representando os pais psicológicos mal resolvidos. Exemplo: Um
náufrago aporta numa ilha com um pé de abacates, durante o período que
permanecer nela, come todos os abacates, não tendo o compromisso consigo de
plantar as sementes das frutas que comer. A ilha por não cobrar a contribuição
do náufrago age como a mãe psicológica.
A partir dos sete anos, a criança interior entra na
polaridade masculina, que dá a carga do construir, produzir, vincular-se,
comprometer-se com valores pessoais. Dá a sua parcela de contribuição à casa,
aos pais, à escola. É o período em que a criança escuta: “Sabe quanto custa
isso?”.
Se a influencia do lar não for suficiente, a criança
psicológica vai estacionar e se identificar com a polaridade feminina. Diante
de qualquer compromisso, vínculo, responsabilidade, ela foge espetacularmente,
ora de forma rebelde, ora suave e sutil. Se a pessoa portadora desta criança
interna não atendeu às oportunidades de educá-la, a Vida se encarregará de
fazer o ajuste. Ela enfrentará pelo caminho grandes perdas, quedas, acidentes
de toda ordem, doenças, falecimentos, tudo que remeta à dor. A dor pressiona a
troca da polaridade fazendo a pessoa reconhecer o valor das coisas e dar a sua
contribuição.
E você? Como está sua criança internalizada? Você
tem uma fonte que atenda às suas necessidades não tendo, ainda, nenhuma forma
de contribuir a favor dela? Então, prepare-se para a perda desta fonte, que
fatalmente ocorrerá, mais cedo, ou mais tarde, é só uma questão de tempo.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista
#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise
#autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes #opinioes #olhar
Nenhum comentário:
Postar um comentário