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O que acontece a uma pessoa que estando numa relação fixa,
se permite ter amante(s), ou casos extraconjugais?
Essa pessoa vive o pingue-pongue do ora estar inteira, ora
estar dividida.
Ela não se sente inteira somente com aquele parceiro.
Falta-lhe algo. Este algo que falta parece estar fora dela, na outra pessoa.
É como se ela desse uma parte de si mesma para alguém de
fora tomar conta. Quando ela está com um, ou com o outro, ou só, logo vem a
sensação de incompleteza, daí corre-se de pessoa a pessoa para voltar a se
sentir inteira de novo. Citamos como exemplo o conflito entre marido x
namorado. A parte-marido vive com a parceira fixa a responsabilidade e a
parte-namorado vive com a amante, a liberdade e o prazer. Duas partes
paradoxais dentro da própria pessoa. Nada a completa de fato. Ela precisaria de
todos os parceiros de uma só vez, ou de um com todas essas partes reunidas em
si, para se sentir inteira.
Enquanto as partes prazer, responsabilidade e liberdade
estiverem divididas dentro dela, atrairá tantos parceiros, quanto forem essas
mesmas partes, podendo, inclusive, ser levada a um terrível esquartejamento se
cada um dos parceiros puxarem para si a parte que retém dela ao se exigir que
ela faça a escolha por um, não estando ainda integrada.
Essa divisão pode se originar da infância onde a relação
obrigação x diversão não foi saudável. A orientação paterna preconiza que
primeiro devemos atender o compromisso e depois atender a diversão. Então
prazer e responsabilidade andam juntas. É estar inteiro. Estar inteiro ao
expressar-se na atividade, leva a pessoa a encontrar diversão e trabalho na
mesma atividade. Nos relacionamentos, a pessoa projeta responsabilidade e
liberdade numa só pessoa.
Existindo problemas nessa relação, algo do tipo, a
diversão sempre adiada, ou a obrigação sempre negligenciada, a pessoa se
divide, tendo uma atividade penosa de um lado e uma prazerosa do outro, um
parceiro para construção e outro para o prazer.
Através dos processos terapêuticos é possível alcançar
a integração entre responsabilidade e
liberdade. Os principais passos são:
a- A
pessoa descobre que a parte inteira é a sua própria identidade, e esta não se
divide.
b- Enxerga
com honestidade suas necessidades eróticas e emocionais, através da análise dos
seus sentimentos e pensamentos mais sombrios, pecaminosos e inconfessáveis
c- Busca
atender de forma saudável essas necessidades, integrando dentro de si as partes
incompatíveis, tornando-se finalmente única.
d- Escolhe,
então, o parceiro no qual irá expressar-se, sempre tomando conta de si mesma,
jamais voltando a se dividir, caminhando cada vez mais para se tornar inteira,
completa, resolvida e realizada com quem ela ama, com o planeta e com a sua
própria Divindade.
Por Silvio Farranha Filho -
psicanalista
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