bronca de mãe - sutian44.blogspot.com
O lar da infância é a base do aprendizado sobre
relacionamentos e o profissional. A criança absorve o clima emocional e a
situação do lar. Um dos genitores a influenciará fortemente, mesmo sem ter
consciência disso, seja na condição de pai/mãe presente ou passivo.
O processo de educação da criança se dá através da
relação dela com a autoridade dos pais, onde a criança tem a sua primeira idéia
de poder e o seu sistema de valores. Através desta relação a criança vai
construir o seu padrão de comportamento, semelhante ao da figura influente, e
toda a sua vida, decisão e valores, será afetada por este padrão, sendo
transportado para a escola, igreja e mais tarde empresa e relacionamentos.
Como a criança faz isso? Ao observar, olhar, ver
mesmo, atentamente os pais, ela cria seus diálogos internos. A partir das
observações e dos diálogos internos ela faz elaborações pessoais, pensamentos e
sentimentos a cerca do que vê. Estas elaborações dão origens às crenças
pessoais, ou sua verdade interna. Esta verdade interna gera suas experiências,
vivências, acontecimentos, atitudes, etc. Um exemplo disso é: o pai diz ao
filho que ele deve estudar, o filho ao observar atentamente o comportamento do
pai em relação ao estudo, diz para si mesmo, ele cobra de mim que devo estudar,
quem quer mesmo estudar é ele, pois não o vejo pegar em nenhum livro. Aí,
então, o filho tomará uma decisão a respeito do conselho do pai.
Até os seis anos de idade, a criança está junto da
mãe ou figura feminina, vivendo a polaridade feminina, cuja carga é dada para o
amor, relacionamentos, espiritualidade e maternidade. Dos sete aos quatorze,
está mais próxima do pai ou figura masculina, cuja carga capacita para o
profissional e o dinheiro. A partir dos quinze, a estrutura emocional,
psicológica está formada, e somente poderá melhorá-la por meio de uma tomada de
consciência sobre si própria, via processos terapêuticos, com ajuda
profissional. Uma relação conflituosa com a mãe, a criança tende apresentar
dificuldades em lidar com o seu feminino e espiritualidade. Com o pai corre o
risco de viver sem identidade profissional e/ou com muitos conflitos
financeiros.
A educação que os pais imprimem à criança é feita
pelos comandos imperativos, pois o cérebro reage à ordem. Alguns deles: Não
pode! Some! Não! Sai! Incapaz! Vou te bater! Não chore! Você não presta! Você é o culpado! Cala a boca! Obedeça! Seja
bonzinho! Seja o primeiro! Seja responsável! Incompetente! Não vai dar certo!
Através destas ordens, os pais transmitem aos filhos
seus valores pessoais, culturais, éticos, religiosos, também medos e tudo que
está reprimido, recalcado, negado em seu interior, e a criança tendo o medo
natural de perder o amor dos pais e necessitar sempre por aprovação, vai
moldando o seu padrão de comportamento, elaborando suas convicções, negando
muito de si mesma.
Devemos lembrar que os comandos são todos
necessários pois eles estabelecem os limites para a criança, sabe-se que estes
comandos não necessariamente formarão um adulto problemático, mas se ele tiver
problemas quando adulto, os comandos ditados influenciaram, visto porque, não é
o comando ditado, mas a carga emocional que vem acompanhada dele, em muitos
casos são: raiva, ressentimento, frustração, mágoa, desprezo, indiferença,
desejo de vingança, etc.
Os pais ao expressar claramente suas emoções
influenciarão a criança a lidar bem com o mundo dos seus sentimentos, porém
ocultando ou negando, farão com a ela tenha muita dificuldade em lidar com o
seu emocional.
O aprendizado se dá pela observação atenta das
expressões faciais, gestos, tom de voz, dos genitores, direta ou indiretamente,
associados ao prazer ou à raiva. O comando dado diante de um desejo manifestado
pela criança aborta a vivência do desejo ou anseio, gerando raiva e frustração.
Estes sentimentos são transferidos ao inconsciente e perturbam a vida da
criança. Na fase adulta transformam-se em conflitos exigindo tratamento.
Exemplo o comando “Não pode!”. A criança ao ouvir de
forma constante esta frase contra os seus desejos, cresce pensado que nada pode
fazer por livre vontade, reprime ou recalca para a sua sombra a iniciativa, a
curiosidade e a espontaneidade. Por mais que deseje ser bem sucedida nos
relacionamentos e no profissional, no fundo, ela deseja exatamente é a
liberdade de ser criativa e espontânea, ou seja, experimentar as qualidades
transferidas à sombra.
Assim, reflita sobre a sua relação com seus pais e
questione-se honestamente: você lida bem com o amor, maternidade, espiritualidade
e relacionamentos? Como você lida com o profissional, com o dinheiro? Quem você
é o que deseja de fato? Quais são as suas necessidades erótico-emocionais? Seus
desejos são compatíveis com suas necessidades?
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista
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