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Quando temos problemas e dificuldades em nossas relações
afetivas, onde está o problema: Em nós? Nos parceiros? Ou no nosso conceito
sobre o Amor?
Uma coisa é o que o Amor é, outra coisa é o que “pensamos”
que o Amor seja. Temos um “achômetro” sobre o que o amor é e o que não é.
Vivemos em função do conceito que temos sobre o Amor.
Alguém já disse que tudo na vida é relacionamento e todo
relacionamento é projeção. Assim, o que sabemos sobre o Amor é uma
“idealização”, uma projeção e manifestamos essas idealizações em nossos
relacionamentos afetivos. Não conseguimos viver o que idealizamos, mas o que
vivemos é exatamente a realidade do que sabemos sobre o Amor.
O Amor é uma Verdade absoluta, porém todos nós somos
relativos em relação a ela. Nossas “verdades” pessoais são faces do Amor. Somos
bilhões de faces diferentes do Amor e o próprio Amor é maior que isso.
O Amor se aprende. Amar se aprende, então nascemos
para aprender sobre o Amor e com isso saber amar. Amar a tudo que existe. Mas
como vamos amar tudo que existe se nossa consciência, dada a natureza humana, é
discriminadora? Amar amigo e odiar inimigo? Não dizemos, muitas vezes, que é mais fácil amar animais do que amar pessoas?
As gerações antigas passaram o aprendizado sobre o Amor que adquiriram para as
novas gerações e da mesma forma, a geração atual passará suas informações.
Aprendemos e ensinamos sobre o Amor.
O que o Amor é, é algo que cada um vai descobrir
dentro da sua verdade pessoal! O Amor irá se apresentar, em sua essência, ao
buscador, quando ele encontrá-lo dentro de si mesmo. É um encontro pessoal,
único, com uma sensação indescritível. Este contato com o Amor modifica toda a
estrutura do buscador. Este descobriu o Amor dentro de si e vai manifestá-lo na
Medicina, aquele encontrou o Amor e expressará na Engenharia.
E nos relacionamentos afetivos?
O que eu entendo sobre o que é o Amor? Como eu
manifesto este conceito em minha vida? Como eu aprendi a respeito do amor no
meu lar da infância? Como eu via a forma da minha mãe amar o meu pai? Como eu
via a forma do meu pai amar a minha mãe? De quem eu realmente aprendi sobre o
Amor? Qual é o meu estilo de amar? O meu estilo de amar é mais parecido com de
quem? Com base no amor que foi vivido em meu lar da infância eu me animaria a
me relacionar, namorar, casar, ter ligações íntimas? Estas questões mostram um
pouco da estrutura do Amor em nós e esta estrutura irá se manifestar em nossos
relacionamentos afetivos.
Ouvimos exaustivamente que primeiramente devemos nos
amar, e esse amor por nós começa a transbordar e alcançar o próximo, ainda
transbordando, alcança a Natureza e por fim alcança Deus. Mas o quanto nós
acreditamos realmente nisso? É isto que expressamos realmente em nossas
ligações íntimas? Quanto ainda iremos viver na depressão, no pânico, na
ansiedade, na solidão a fim de reaprendermos as lições do Amor?
Temos inúmeras provas do quanto a ausência do Amor é
prejudicial à Vida. Se um bebê não sobrevive sem o amor materno, como vamos
viver sem nos amarmos a nós próprios?
Sendo assim a questão é:
Você buscador, qual caminho escolheu para encontrar
o Amor dentro de si? Sofrimento também é um caminho, isto porque sofrer também
é uma escolha.
Entramos nos relacionamentos com nossas crenças
pessoais, se aprendemos que o outro deve ser dominado, é assim que vamos nos
movimentar, levar o outro à submissão. Da mesma forma que se o outro aprendeu
que relacionamento é companhia, pode ficar desapontado se nós nos formos a
companhia como ele idealizou. Outra crença comum é abrir mão de nossas
convicções para prevalecer as do outro. Como podemos ver, sempre o conflito de
idealizações.
Se idealizamos que relacionamento afetivo é
companheirismo, devemos perceber se estamos realmente vivendo este conceito,
sendo assim, a sensação dentro da relação é de conforto. Mas se o bichinho da
insatisfação aparecer, é chegada a hora de revermos nosso conceito sobre o
Amor, sob pena de estarmos sofrendo duas vezes. Uma de não viver o que idealizamos
e a outra de vivermos a nossa realidade. O problema não está no parceiro e sim
no nosso conceito de Amor,. Neste caso, pode sinalizar que ainda não sabemos
fazer companhia para nós próprios e queremos ter companhia através do outro
dentro da relação. Queremos ter o que não acreditamos, pois não podemos ter
companhia se não formos companhia primeiro. Quem necessita precisa receber
primeiro não sabe dar o que recebe em troca.
Quando uma pessoa entrar em sua vida, que tal deixar
de lado suas “idealizações”, convicções, paradigmas, seus conceitos, e se abrir
a um novo aprendizado da face do amor que o outro é portador? É possível
permitir que o outro descubra uma linda face do amor em você? Você pode se amar
primeiro e depois compartilhar o seu amor com o outro? Importa o tipo de
ligação íntima, sua duração, pois são todas construções psicológicas, se o Amor
está batendo à sua porta?
É bom estarmos atentos que em toda relação existe um
conflito entre o velho e o novo. A nova relação é nova por natureza, tudo é
novo, sem precedentes, nada foi vivido antes, mas vamos projetar nela nossos
velhos conceitos sobre o Amor fazendo que o velho absorva o novo e o Amor perca
uma preciosa oportunidade. Tudo o que for vivido será um aprendizado, uma
renovação do nosso conceito sobre o Amor. E os conflitos são saudáveis e a
serviço do próprio Amor, mostrando-nos exatamente o que realmente devemos
re-significar em nós.
Por Silvio Farranha Filho
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