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O que fazemos dentro dos relacionamentos
afetivos?
Dizemos uma coisa, mas fazemos outra. Vivemos
com um grande vazio interior, resultado da nossa própria ausência na nossa
própria vida. Dizemos que relacionamento afetivo é companheirismo, quando
buscamos alguém para tampar este buraco, assim a pessoa entra em nossa vida
apenas para companhia e diversão.
Dizemos que relacionamento afetivo é
compartilhar, mas dentro da relação nos tornarmos em fiscais do comportamento
do outro, policiando-lhe constantemente.
Falamos de amor, mas expressamos
ciúmes e possessividade.
Entramos nas relações cheios de idealizações,
fantasias, ilusões e projeções, mas ao descobrir que o parceiro não se enquadra
dentro delas, percebemos que na verdade estamos manifestando nossas verdadeiras
crenças e convicções que geralmente são contrárias ao Amor.
Queremos porque queremos um parceiro afetivo,
quando este chega é quando vamos descobrir que não estávamos prontos nem para
entrar na vida desta pessoa e nem prontos para ela entrar em nossa vida.
Iniciamos uma relação sem dizermos a verdade
seja para nós ou para o parceiro, e vamos ficando, ficando, ficando e muitas
vezes saímos da relação sem que o parceiro saiba, ao menos, o que queríamos
realmente.
Dizemos que relacionamento afetivo é a experiência
do amar e ser amado, porém, entramos nas relações justamente sem
experimentarmos a experiência de nos amarmos a nós mesmos.
Usamos nas relações afetivas cartilhas com
antigas lições, como, encontrar a pessoa certa, ser a pessoa certa, casamento é
loteria, que temos de ter algo em comum, mas na prática, mostramos que
aprendemos a “sair fora” quando as coisas se complicam ao invés de ficar para
resolver, reclamamos que éramos diferentes demais, mas que também não
conseguiríamos viver com alguém igual a nós.
Buscamos freneticamente um relacionamento, mas
quando estamos nele, nos perguntamos o que estamos fazendo dentro dele. Falamos
que queremos relacionamento, quando no fundo queremos somente companhia.
Talvez tenha chegado a hora de rever nossas
convicções e atitudes nas relações afetivas.
Tendo em vista que:
- as pessoas não são bens disponíveis no
Universo porque possuem livre-arbítrio e fazem escolhas;
- os relacionamentos são construídos por uma
esfera não-humana, haja visto que os
relacionamentos nos acontecem, por mais que tentemos promovê-los;
- não temos a menor garantia de uma relação,
pois cada parceiro tem o poder de sair dela em qualquer estágio do
relacionamento;
- não podemos controlar indefinidamente o que
uma pessoa pensa ou sente;
- corremos o risco de não sermos amados como
gostaríamos e do jeito que queríamos;
- por mais tempo que venhamos a trilhar ao lado
de um parceiro, permaneceremos em nossa própria companhia pela eternidade;
Apresento, então, algumas lâminas para os nossos
momentos de reflexões:
Conseguiremos amar alguém fora de nós sem antes
aprendermos a nos amar?
Conseguiremos amar alguém fora de nós, vindo do
mundo que geralmente o consideramos hostil e ameaçador, sem aprendermos a amar
de forma incondicional?
Conseguiremos amar e sermos amados quando não
acreditamos no Amor?
Conseguiremos amar e sermos amados nos
orientando com cartilhas de psicologia e de espiritualidade?
Somos parceiros para amar ou para construir?
Podemos construir sem amar? Podemos amar sem construir? É possível estar numa
relação afetiva desconectado de quem somos e do que queremos?
Confiamos o suficiente em nós para
experimentarmos a experiência do Amor, principalmente tendo como referências
nossas observações trazidas do nosso lar da infância, ao vermos o Amor entre
nossos genitores?
Confiamos o suficiente em nossa capacidade de
amar a ponto de promovermos a felicidade do outro?
Temos a coragem necessária para confessar ao
parceiro o que queremos realmente dele? Temos a mesma coragem para conhecer a
verdade do outro a nosso respeito?
O que queremos realmente: um relacionamento ou
um companheiro? Podemos a partir de um companheiro construir um relacionamento
afetivo? Podemos ter um relacionamento sem um companheiro afetivo?
Penso que o mais importante não é mostrar que
fazemos o que dizemos. O fundamental dentro da relação é percebermos justamente
nossas incoerências, incompatibilidades, inconsistências e paradoxos, de forma
nos auxiliar e auxiliar o parceiro a tornar a relação mais significativa. É nos
permitir crescer e permitir o crescimento do outro, dentro da relação, através
do aprendizado das lições trazidas pelos conflitos e da indispensável revisão
de crenças e convicções sobre o Amor.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista
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