Eu

Eu
O iceberg tem como propriedade a sua parte acima da superfície representa apenas 20% de seu tamanho total. Os restantes 80% ficam submersos. Por analogia, 20% do que sabemos sobre nós, está no nosso consciente e os 80% que não sabemos sobre nós, estão no nosso inconsciente.

sábado, 9 de janeiro de 2016

REFLEXÕES SOBRE NOSSA CONDUTA NAS RELAÇÕES AFETIVAS!

maravilha - uniaoglobaldeatitudes.blogspot.com

O que fazemos dentro dos relacionamentos afetivos?

Dizemos uma coisa, mas fazemos outra. Vivemos com um grande vazio interior, resultado da nossa própria ausência na nossa própria vida. Dizemos que relacionamento afetivo é companheirismo, quando buscamos alguém para tampar este buraco, assim a pessoa entra em nossa vida apenas para companhia e diversão.

Dizemos que relacionamento afetivo é compartilhar, mas dentro da relação nos tornarmos em fiscais do comportamento do outro, policiando-lhe constantemente. 

Falamos de amor, mas expressamos ciúmes e possessividade.

Entramos nas relações cheios de idealizações, fantasias, ilusões e projeções, mas ao descobrir que o parceiro não se enquadra dentro delas, percebemos que na verdade estamos manifestando nossas verdadeiras crenças e convicções que geralmente são contrárias ao Amor.

Queremos porque queremos um parceiro afetivo, quando este chega é quando vamos descobrir que não estávamos prontos nem para entrar na vida desta pessoa e nem prontos para ela entrar em nossa vida.

Iniciamos uma relação sem dizermos a verdade seja para nós ou para o parceiro, e vamos ficando, ficando, ficando e muitas vezes saímos da relação sem que o parceiro saiba, ao menos, o que queríamos realmente.

Dizemos que relacionamento afetivo é a experiência do amar e ser amado, porém, entramos nas relações justamente sem experimentarmos a experiência de nos amarmos a nós mesmos.

Usamos nas relações afetivas cartilhas com antigas lições, como, encontrar a pessoa certa, ser a pessoa certa, casamento é loteria, que temos de ter algo em comum, mas na prática, mostramos que aprendemos a “sair fora” quando as coisas se complicam ao invés de ficar para resolver, reclamamos que éramos diferentes demais, mas que também não conseguiríamos viver com alguém igual a nós.

Buscamos freneticamente um relacionamento, mas quando estamos nele, nos perguntamos o que estamos fazendo dentro dele. Falamos que queremos relacionamento, quando no fundo queremos somente companhia.

Talvez tenha chegado a hora de rever nossas convicções e atitudes nas relações afetivas.

Tendo em vista que:
- as pessoas não são bens disponíveis no Universo porque possuem livre-arbítrio e fazem escolhas;
- os relacionamentos são construídos por uma esfera não-humana,  haja visto que os relacionamentos nos acontecem, por mais que tentemos promovê-los;
- não temos a menor garantia de uma relação, pois cada parceiro tem o poder de sair dela em qualquer estágio do relacionamento;
- não podemos controlar indefinidamente o que uma pessoa pensa ou sente;
- corremos o risco de não sermos amados como gostaríamos e do jeito que queríamos;
- por mais tempo que venhamos a trilhar ao lado de um parceiro, permaneceremos em nossa própria companhia pela eternidade;

Apresento, então, algumas lâminas para os nossos momentos de reflexões:
Conseguiremos amar alguém fora de nós sem antes aprendermos a nos amar?
Conseguiremos amar alguém fora de nós, vindo do mundo que geralmente o consideramos hostil e ameaçador, sem aprendermos a amar de forma incondicional?
Conseguiremos amar e sermos amados quando não acreditamos no Amor?
Conseguiremos amar e sermos amados nos orientando com cartilhas de psicologia e de espiritualidade?

Somos parceiros para amar ou para construir? Podemos construir sem amar? Podemos amar sem construir? É possível estar numa relação afetiva desconectado de quem somos e do que queremos?

Confiamos o suficiente em nós para experimentarmos a experiência do Amor, principalmente tendo como referências nossas observações trazidas do nosso lar da infância, ao vermos o Amor entre nossos genitores?

Confiamos o suficiente em nossa capacidade de amar a ponto de promovermos a felicidade do outro?

Temos a coragem necessária para confessar ao parceiro o que queremos realmente dele? Temos a mesma coragem para conhecer a verdade do outro a nosso respeito?
O que queremos realmente: um relacionamento ou um companheiro? Podemos a partir de um companheiro construir um relacionamento afetivo? Podemos ter um relacionamento sem um companheiro afetivo?

Penso que o mais importante não é mostrar que fazemos o que dizemos. O fundamental dentro da relação é percebermos justamente nossas incoerências, incompatibilidades, inconsistências e paradoxos, de forma nos auxiliar e auxiliar o parceiro a tornar a relação mais significativa. É nos permitir crescer e permitir o crescimento do outro, dentro da relação, através do aprendizado das lições trazidas pelos conflitos e da indispensável revisão de crenças e convicções sobre o Amor.
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista



#quemevoce #oquevocequer #boasreflexoes #autoestima #psicanalise #autoanalise #autodesenvolvimento #autoajuda #projecaodesombra #impressoes  #opinioes  #olhar #psicoterapia

Nenhum comentário:

Postar um comentário